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Discopatia degenerativa cervical: o que é a condição, sintomas e tratamentos

Entenda o desgaste natural dos discos do pescoço e como a fisioterapia, mudanças de hábitos e novas terapias podem aliviar a dor e melhorar sua qualidade de vida.

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Aquela dor persistente no pescoço, que irradia para os ombros e às vezes parece um torcicolo que nunca vai embora. Essa sensação, que piora após um longo dia de trabalho no computador ou ao fazer um movimento brusco, pode ser mais do que um simples mau jeito. Para muitos adultos, é o primeiro sinal da discopatia degenerativa cervical.

O que é a discopatia degenerativa cervical?

A discopatia degenerativa cervical é uma condição que descreve o desgaste natural dos discos intervertebrais na região do pescoço (a coluna cervical). Não se trata de uma doença em si, mas de um processo gradual que ocorre com o envelhecimento, afetando a estrutura e a função desses discos.

Como os discos da coluna funcionam?

Para entender a discopatia, é útil saber o que são os discos intervertebrais. Eles funcionam como pequenos amortecedores gelatinosos posicionados entre cada uma das vértebras da sua coluna. Sua principal função é absorver o impacto, permitir a flexibilidade e garantir o movimento do pescoço.

Cada disco é composto por um núcleo macio e aquoso (núcleo pulposo) e um anel externo mais resistente (ânulo fibroso). Essa estrutura confere a eles a capacidade de suportar peso e distribuir a pressão de forma equilibrada.

Ortopedistas são os especialistas indicados para acompanhar esse tipo de condição. A Rede Américas conta com vários médicos renomados atendendo em vários hospitais do Brasil.

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Por que os discos se desgastam com o tempo?

Com o passar dos anos, os discos intervertebrais perdem gradualmente seu conteúdo de água e proteína. Esse processo de desidratação os torna mais finos, menos flexíveis e menos eficientes na absorção de choques. O espaço entre as vértebras diminui, o que pode levar à compressão de nervos próximos e causar dor.

É importante compreender que a dor crônica na degeneração discal não se resume apenas ao desgaste. Pesquisas recentes apontam para uma inflamação contínua no disco, onde células de defesa do corpo aceleram o dano. 

Isso significa que a dor também é impulsionada pela presença de nervos sensoriais em áreas internas do disco que, em condições normais, não seriam sensíveis à dor. Esses achados abrem caminho para tratamentos futuros que miram diretamente nesses processos inflamatórios e no crescimento anormal de nervos.

Quais são as principais causas e fatores de risco?

O envelhecimento é o principal fator por trás da degeneração discal. Contudo, outros elementos podem acelerar ou agravar o processo. É importante conhecê-los para adotar medidas preventivas e de controle.

  • Envelhecimento: é a causa primária. A maioria das pessoas com mais de 40 anos apresenta algum grau de degeneração discal, mesmo que sem sintomas.
  • Genética: a predisposição familiar pode influenciar a velocidade e a intensidade do desgaste dos discos.
  • Má postura: manter o pescoço flexionado para frente por longos períodos, como ao usar celulares ou computadores, aumenta a pressão sobre os discos cervicais.
  • Traumas e lesões: acidentes, quedas ou lesões esportivas podem danificar os discos e acelerar o processo degenerativo.
  • Estilo de vida: o tabagismo prejudica a circulação sanguínea, diminuindo o aporte de nutrientes para os discos. A obesidade e o sedentarismo também contribuem para o estresse na coluna.

Quais sintomas a discopatia degenerativa cervical provoca?

Muitas pessoas com discopatia degenerativa cervical não apresentam sintomas. Quando eles ocorrem, geralmente se manifestam de forma gradual e podem variar de intensidade. Os sinais mais comuns são:

  • Dor no pescoço (cervicalgia): pode ser uma dor crônica de baixa intensidade ou crises agudas e incapacitantes.
  • Rigidez: dificuldade para movimentar o pescoço, especialmente pela manhã.
  • Dor irradiada: a dor pode se espalhar para os ombros, escápulas, braços e até mesmo para as mãos.
  • Sintomas neurológicos: se um disco desgastado pressionar uma raiz nervosa ou a medula espinhal, podem ocorrer formigamento, dormência ou fraqueza nos braços e mãos.

Sinais de alerta: quando a condição se torna grave?

Embora a maioria dos casos seja leve, a discopatia se torna grave quando a compressão nervosa leva a sintomas neurológicos progressivos. 

Procure avaliação médica imediata se você apresentar fraqueza muscular significativa nos braços, perda de coordenação nas mãos ou dificuldade para caminhar. Esses podem ser sinais de compressão da medula espinhal (mielopatia cervical).

Como é feito o diagnóstico da condição?

O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada. O médico irá ouvir seu histórico de sintomas, realizar um exame físico para avaliar a amplitude de movimento do pescoço, a força muscular e os reflexos. 

Para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão do desgaste, exames de imagem podem ser solicitados, como:

  • Raio-X: mostra o alinhamento das vértebras e a redução do espaço discal.
  • Ressonância Magnética (RM): oferece uma visão detalhada dos discos, nervos e da medula espinhal, sendo o exame padrão-ouro para essa condição.
  • Tomografia Computadorizada (TC): pode ser usada para avaliar as estruturas ósseas com mais detalhes.

Quais são as opções de tratamento disponíveis?

O objetivo do tratamento é aliviar a dor, melhorar a função do pescoço e prevenir a progressão dos danos. A grande maioria dos casos responde bem a abordagens não cirúrgicas.

Abordagens conservadoras: a primeira linha de cuidado

O plano de tratamento é sempre individualizado, mas geralmente inclui uma combinação das seguintes medidas:

  • Fisioterapia: é o pilar do tratamento. Programas de exercícios específicos ajudam a fortalecer a musculatura do pescoço e dos ombros, melhoram a flexibilidade e corrigem a postura.
  • Medicamentos: analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares podem ser prescritos por um médico para controlar as crises de dor.
  • Mudanças no estilo de vida: corrigir a postura no trabalho, praticar atividade física regular de baixo impacto (como natação ou caminhada) e manter um peso saudável são fundamentais.
  • Terapias complementares: acupuntura, quiropraxia e massoterapia podem proporcionar alívio sintomático para alguns pacientes, sempre com orientação profissional.

Quando a cirurgia é considerada?

A cirurgia é reservada para uma pequena parcela dos pacientes. Ela é indicada quando há falha do tratamento conservador após um período adequado (geralmente meses) e presença de sintomas neurológicos graves ou progressivos, como fraqueza muscular acentuada ou sinais de compressão medular.

Tradicionalmente, a cirurgia de fusão da coluna era uma das principais opções. Embora possa aliviar a dor, essa técnica une duas ou mais vértebras, limitando o movimento e, em alguns casos, aumentando o risco de degeneração acelerada em discos vizinhos, incluindo na região cervical.

Contudo, uma alternativa mais recente é a cirurgia de substituição do disco artificial (C-ADR). Esta abordagem permite manter um movimento relativamente normal do pescoço, ao mesmo tempo em que proporciona uma redução significativa da dor e da incapacidade. É uma opção considerada para adultos com discopatia degenerativa cervical, oferecendo vantagens em termos de preservação da mobilidade em comparação com a fusão.

É possível prevenir ou retardar a discopatia degenerativa?

Como o envelhecimento é a principal causa, não é possível impedir completamente a degeneração discal. No entanto, é possível retardar o processo e minimizar seus impactos adotando hábitos saudáveis ao longo da vida, como manter a postura correta, praticar exercícios de fortalecimento regularmente e evitar o tabagismo.

Perguntas frequentes sobre o dia a dia com a condição

Viver com uma condição crônica gera muitas dúvidas. Abaixo, respondemos algumas das perguntas mais comuns.

O que significa ter discopatia em C5-C6 e C6-C7?

Os termos C5-C6 e C6-C7 referem-se aos níveis específicos da coluna cervical onde o desgaste está ocorrendo. C5, C6 e C7 são as vértebras cervicais inferiores. A degeneração nesses níveis é muito comum porque são áreas de grande mobilidade e que suportam o peso da cabeça.

Quem tem discopatia degenerativa cervical pode trabalhar?

Sim, a grande maioria das pessoas com discopatia degenerativa pode e deve manter uma vida ativa e profissional. O tratamento adequado e as adaptações ergonômicas no ambiente de trabalho, como ajustar a altura da cadeira e do monitor, são essenciais para controlar os sintomas e evitar o agravamento da condição.

Discopatia degenerativa cervical tem cura?

Não há uma "cura" no sentido de reverter o desgaste do disco, pois ele faz parte do processo natural de envelhecimento. No entanto, os sintomas podem ser muito bem gerenciados. Com o tratamento correto, é totalmente possível viver sem dor e com uma excelente qualidade de vida.

Olhando para o futuro, as pesquisas estão avançando em tratamentos regenerativos. O foco é reparar o disco danificado, utilizando terapias como células-tronco e biomateriais injetáveis, em vez de apenas aliviar os sintomas. Essas abordagens inovadoras prometem transformar a maneira como a discopatia será tratada, buscando restaurar a função discal.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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