12/08/2025
Revisado em: 12/08/2025
Identificar a dengue nos primeiros dias é importante para evitar complicações graves. Veja quais exames são usados no diagnóstico e como é o acompanhamento médico.
A dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus da família Flaviviridae, transmitido principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti. Nos primeiros dias, os sintomas podem se confundir com outras viroses, o que atrasa o início do tratamento e aumenta o risco de complicações.
Por isso, saber como é feito o diagnóstico de dengue é essencial para garantir uma conduta adequada desde o início do quadro.
A infecção passa por quatro fases: febril, crítica, de recuperação e convalescença. A forma como os sintomas evoluem e os dados laboratoriais se comportam em cada fase ajudam os profissionais de saúde a tomar decisões importantes sobre o tratamento, que pode variar de uma hidratação oral supervisionada até a internação hospitalar com suporte intensivo.
O diagnóstico de dengue envolve a avaliação dos sinais clínicos associados à realização de exames laboratoriais. O profissional de saúde analisa o histórico do paciente, o tempo de evolução dos sintomas, e fatores como surtos ativos na região, para determinar a probabilidade de infecção pelo vírus da dengue.
Entre os sintomas mais comuns estão: febre alta, dor de cabeça intensa, dor atrás dos olhos, dores musculares e articulares, náuseas, vômitos, manchas na pele e fadiga. No entanto, esses sinais são semelhantes aos de outras arboviroses, como zika e chikungunya, e também a quadros virais mais simples, como gripes. Isso torna os exames laboratoriais essenciais para confirmação.
Os exames usados no diagnóstico de dengue variam conforme o tempo de início dos sintomas. Eles ajudam não só a confirmar a infecção, como também a acompanhar o risco de complicações.
O teste de antígeno NS1 é indicado nos primeiros cinco dias após o início dos sintomas. Ele detecta a proteína viral não estrutural 1 (NS1), que circula no sangue no início da infecção.
Apresenta sensibilidade entre 80% e 90% nas fases iniciais e tem resultado rápido, sendo útil para o diagnóstico precoce da dengue.
Após o 5º dia de sintomas, a sorologia passa a ser mais eficaz. O exame detecta anticorpos do tipo IgM e IgG.
A presença de IgM indica infecção recente, geralmente entre 3 a 5 dias após o início da febre, enquanto o IgG aponta contato anterior com o vírus da dengue ou infecção secundária.
A combinação de ambos auxilia na diferenciação entre casos primários e secundários, sendo o segundo grupo mais propenso a quadros graves.
O hemograma é um dos exames mais importantes no manejo da dengue. Ele deve ser realizado em série, ou seja, repetido diariamente nos casos suspeitos e confirmados. A contagem de plaquetas e o hematócrito são os dois parâmetros mais relevantes:
O Ministério da Saúde recomenda o acompanhamento diário de pacientes diagnosticados com dengue, especialmente entre o 4º e o 7º dia da doença, período crítico em que há maior risco de complicações.
A elevação progressiva do hematócrito, associada à queda nas plaquetas e sinais clínicos de alerta, são critérios para internação. Segundo dados do Protocolo de Manejo Clínico da Dengue (Ministério da Saúde), esses parâmetros indicam a necessidade de hidratação venosa e vigilância hospitalar intensiva.
Além disso, alterações na pressão arterial, como quedas abaixo de 90/60 mmHg, e sinais de hipotensão postural (tontura ao levantar) também são levados em conta como indicativos de instabilidade hemodinâmica.
A tabela abaixo resume os principais critérios laboratoriais e clínicos que orientam a necessidade de hospitalização em casos suspeitos ou confirmados de dengue:
Parâmetro | Valor Crítico | Ação Recomendada |
Plaquetas | < 100.000/mm³ | Monitoria horária |
Hematócrito | Aumento > 20% | Hidratação venosa |
Pressão arterial | PA < 90/60 mmHg | Intervenção imediata |
Alguns sinais indicam risco elevado de agravamento e devem ser encarados como urgência médica:
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a detecção precoce da síndrome do choque da dengue pode reduzir a taxa de mortalidade em abaixo de 1%, principalmente em regiões com alta circulação viral.
Não existe tratamento específico antiviral contra a dengue. O manejo é sintomático e inclui repouso, hidratação abundante, controle da febre e acompanhamento regular. Em casos leves, o tratamento pode ser feito em casa com orientação médica.
Já nas formas graves, a internação permite monitorar os sinais vitais, garantir hidratação venosa e prevenir complicações como choque hipovolêmico ou sangramentos.
Medicamentos como anti-inflamatórios não esteroidais (como ibuprofeno e ácido acetilsalicílico) são contraindicados, pois aumentam o risco de sangramentos. O uso de paracetamol costuma ser a escolha mais segura para o controle da febre e da dor, sob prescrição médica.
O diagnóstico de dengue, feito de forma precisa e no tempo certo, é a principal ferramenta para evitar complicações. Ao menor sinal de febre, mal-estar ou sintomas compatíveis com a doença, especialmente em períodos de surto, é importante procurar atendimento médico.
A combinação entre avaliação clínica, exames laboratoriais e monitoramento contínuo é o caminho mais seguro para garantir uma recuperação completa.
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