15/08/2025
Revisado em: 15/08/2025
Apesar de ser uma condição normal, também pode ser um sinal de alerta
Notar um corrimento escuro pode ser desconcertante quando ele surge fora do período menstrual. Será algo normal do ciclo? Pode ser sinal de infecção? Ou está relacionado a um desequilíbrio hormonal?
Muitas mulheres se deparam com esse tipo de secreção em algum momento da vida, e é natural que surjam dúvidas. Embora, em grande parte dos casos, o corrimento marrom não represente uma urgência, ele também pode indicar que algo no organismo não está certo.
Por isso, pela segurança da saúde da mulher, reconhecer os sinais do corpo é essencial para saber buscar ajuda médica no momento certo.
O corrimento escuro é uma secreção vaginal de coloração marrom, o que é resultado da presença de eliminação de sangue oxidado, ou seja, que permaneceu por mais tempo no útero que deveria antes de ser expelido.
Em muitos casos, a secreção aparece em pequena quantidade e não tem odor forte, sendo considerado comum em algumas fases do ciclo menstrual.
É importante diferenciar o corrimento escuro de outras alterações vaginais. Quando o aspecto da secreção muda de forma repentina, acompanha dor, coceira, mau cheiro ou ocorre de forma recorrente, pode indicar uma condição específica.
Diversas situações podem causar um corrimento marrom. Como vimos até aqui, algumas são naturais do organismo, enquanto outras estão relacionadas a condições ginecológicas. Entre as causas mais frequentes estão:
Ao final da menstruação, é comum haver um corrimento escurecido. Isso acontece porque o sangue restante no útero se oxida com o tempo e adquire coloração marrom antes de ser eliminado.
O uso de contraceptivos hormonais pode provocar escapes menstruais (spotting), principalmente nos primeiros meses de adaptação.
Esses escapes, muitas vezes, têm aspecto escuro. Isso ocorre pela influência dos hormônios sobre o endométrio.
Algumas mulheres relatam pequenos sangramentos durante o período ovulatório. Quando o sangue permanece por mais tempo no canal vaginal, pode escurecer antes de sair, resultando em um corrimento estranho.
Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia ou gonorreia, podem causar secreções de tonalidade escura.
Nestes casos, é comum que o corrimento venha acompanhado de outros sinais, como:
Além disso, vaginoses bacterianas e candidíase também podem alterar o aspecto do corrimento, só que com secreções brancas, amareladas ou acinzentadas. No entanto, em quadros prolongados, pode haver presença de sangue, o que se transforma em corrimento escuro.
A endometriose é uma doença que afeta entre 10% e 15% das brasileiras em idade fértil, o que corresponde a mais de 8 milhões de mulheres.
Essa condição pode provocar sangramentos fora do período menstrual, muitas vezes com aspecto escuro. Isso acontece quando o tecido endometrial cresce fora do útero, afetando órgãos próximos.
Mulheres com essa condição também relatam cólicas intensas e dificuldade para engravidar.
Feridas no colo do útero, conhecidas como ectopias ou inflamações cervicais, também podem causar sangramentos de coloração escura, principalmente após relações sexuais.
Nestes casos, a secreção geralmente surge misturada devido aos vestígios de sangue das feridas.
Durante o início da gestação, algumas mulheres relatam corrimento marrom claro. Isso pode estar relacionado à nidação, que é o processo de fixação do embrião no útero.
No entanto, em outros contextos, esse sintoma pode indicar descolamento do saco gestacional ou risco de aborto espontâneo. Por isso, qualquer secreção escura durante a gravidez deve ser avaliada com urgência.
Após o parto, é comum a eliminação de secreções com sangue que vão escurecendo com o tempo.
O mesmo pode ocorrer depois de procedimentos como curetagem ou biópsias, quando há presença de sangue antigo.
Nem todo corrimento escuro é sinal de problema. No entanto, é importante observar a frequência, o momento do ciclo em que ocorre e se há outros sintomas associados. Anotar essas informações pode ajudar na consulta médica, facilitando o diagnóstico.
Vale ressaltar que é recomendado evitar a automedicação. O uso inadequado de antibióticos, antifúngicos ou duchas vaginais pode agravar o quadro e mascarar os sintomas, dificultando o tratamento correto.
Enquanto espera pela avaliação, manter a higiene íntima com água e sabonete neutro é suficiente. Além do mais, evite produtos perfumados que podem alterar a flora local.
A recomendação é sempre buscar orientação médica nos seguintes casos:
Manter uma rotina de consultas ginecológicas anuais também é essencial para o diagnóstico precoce de doenças.
Possivelmente, você também terá que fazer exames como o papanicolau e a colposcopia, que ajudam a identificar alterações no colo do útero, infecções e lesões que podem justificar o surgimento da secreção.
Em suma, mesmo que o corrimento escuro nem sempre indique um problema grave, esse sinal não deve ser ignorado. Observar os sintomas do corpo e procurar um ginecologista ao menor sinal de anormalidade é a melhor forma de garantir uma boa saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CNN Brasil. Endometriose: o quanto o Brasil avança no combate a este quadro. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/endometriose-o-quanto-o-brasil-avanca-no-combate-a-este-quadro. Acesso em: 1 ago. 2025.
Healthline. Brown vaginal discharge: what it means. Disponível em: https://www.healthline.com/health/brown-vaginal-discharge. Acesso em: 1 ago. 2025.
Pristyn Care. Brown discharge but no period: 10 reasons for brown spotting. Disponível em: https://www.pristyncare.com/blog/brown-discharge-but-no-period. Acesso em: 1 ago. 2025.
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