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Compulsão alimentar: o que é e como buscar tratamento

Descontrole na alimentação pode impactar a saúde física e emocional; saiba identificar e tratar o problema

compulsão alimentar é um distúrbio caracterizado por episódios recorrentes de ingestão descontrolada de alimentos, muitas vezes acompanhados de sentimentos de culpa e vergonha. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 4,7% dos brasileiros sofrem de compulsão alimentar, quase o dobro da média global, que é de 2,6%. 

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Embora seja frequentemente confundida com hábitos alimentares inadequados, a compulsão alimentar é um problema complexo que exige cuidado multidisciplinar. Continue a leitura para saber mais sobre esse problema, os sinais e sintomas mais comuns e quais são os tratamentos disponíveis atualmente. 

 

O que é compulsão alimentar e como identificar?

A compulsão alimentar é um transtorno caracterizado pela ingestão de grandes quantidades de comida em um curto período de tempo, mesmo sem a sensação física de fome – é comum sentir-se fora de controle nesses momentos. 

Diferentemente de outros transtornos alimentares, como a bulimia, na compulsão, não há comportamentos compensatórios, como vômitos ou exercícios excessivos, após a ingestão dos alimentos. Geralmente, esses episódios são uma resposta a emoções desafiadoras, como ansiedade, tristeza ou estresse. 

Identificar a compulsão alimentar pode ser difícil, pois muitas vezes o paciente tem vergonha de falar sobre o assunto. E, para a família, também pode ser desafiador, já que, em geral, o paciente come exageradamente quando ninguém está por perto.

Mas seria importante observar a frequência com que esse tipo de situação ocorre, a quantidade de comida ingerida e o surgimento ou não do sentimento de culpa e angústia após a ingestão. 

Principais causas da compulsão alimentar

A compulsão alimentar é um transtorno complexo causado por diversos fatores, incluindo:

  • Fatores emocionais: situações de estresse, ansiedade, tristeza e outros sentimentos desafiadores podem desencadear episódios de compulsão alimentar.
  • Fatores psicológicos: baixa autoestima, perfeccionismo e histórico de traumas emocionais podem contribuir para o desenvolvimento da compulsão alimentar.
  • Fatores biológicos: desequilíbrios hormonais e alterações neurológicas podem influenciar o comportamento alimentar.
  • Fatores sociais: pressão social para por um corpo dentro dos padrões estéticos vigentes e implementação de dietas restritivas podem aumentar o risco para o problema. 

Sintomas da compulsão alimentar e impactos na saúde

Os sintomas da compulsão alimentar podem incluir: 

  • Episódios recorrentes de ingestão excessiva de alimentos;
  • Sensação de perda de controle durante os episódios de ingestão excessiva;
  • Sentimentos de culpa, vergonha e angústia após a ingestão;
  • Flutuações de peso;
  • Problemas digestivos, como azia e refluxo;
  • Fadiga e dificuldade de concentração;
  • Isolamento social.

A longo prazo, a compulsão alimentar pode levar a problemas de saúde como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão arterial e maior risco para doenças cardiovasculares. 

Além disso, há um importante impacto na saúde mental do indivíduo, que pode passar a sofrer de ansiedade e depressão, além de baixa autoestima e insatisfação com o próprio corpo.   

Como a compulsão alimentar afeta o bem-estar emocional?

O impacto da compulsão alimentar na saúde emocional e mental é bastante significativo. Pacientes que sofrem com o problema dizem sentir vergonha, culpa e angústia após os episódios de compulsão; por sua vez, essas emoções desafiadoras também são gatilhos importantes para a ingestão excessiva de alimentos, criando, muitas vezes, um círculo vicioso de alimentação descontrolada. 

Além disso, transtornos como depressão e ansiedade são frequentemente associados ao problema, além de isolamento social e baixa autoestima. 

Tratamentos para compulsão alimentar: opções médicas e psicológicas

Por ser um problema complexo e multifatorial, a compulsão alimentar precisa de um tratamento multidisciplinar envolvendo acompanhamento médico, psicológico e nutricional. 

Nesse sentido, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) auxilia o indivíduo a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento disfuncionais relacionados à alimentação.   

Além disso, é importante consultar um psiquiatra para avaliar a necessidade ou não de usar medicamentos para manejar transtornos de humor associados à compulsão alimentar. O acompanhamento nutricional especializado também é interessante para auxiliar no estabelecimento de hábitos alimentares saudáveis. 

Por fim, vale dizer que a prática regular de exercícios também auxilia no gerenciamento do estresse, na melhora do sono e na estabilização do humor, medidas importantes para evitar episódios de compulsão.

Alimentação equilibrada e controle da compulsão alimentar

Evitar fazer dietas restritivas e manter uma alimentação equilibrada e saudável são medidas fundamentais para controlar a compulsão alimentar. Além disso, algumas recomendações comuns incluem: 

  • Comer em horários estabelecidos e evitar pular refeições;
  • Consumir alimentos saudáveis, in natura e variados, incluindo frutas, legumes, verduras, grãos integrais e proteínas magras;
  • Evitar alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, sódio e gordura;
  • Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade durante as refeições;
  • Beber bastante água ao longo do dia.

Quando procurar ajuda profissional para compulsão alimentar?

Se os episódios de compulsão alimentar ocorrem com frequência e causam sofrimento significativo e/ou levam a problemas de saúde, é importante buscar o apoio de um psicólogo, psiquiatra e/ou nutricionista. O suporte de especialistas pode fazer a diferença na compreensão das causas e no desenvolvimento de estratégias para tratar o problema. 

Compulsão alimentar: como buscar apoio e melhorar a relação com a comida

A compulsão alimentar é uma questão delicada e que provoca sofrimento para muitas pessoas. Nesse sentido, encontrar pessoas de confiança – amigos, familiares, conselheiros e profissionais de saúde, por exemplo – para falar sobre o problema ajuda a dar conforto e acolhimento para quem está lidando com essa condição. 

Além disso, falar sobre o assunto também é uma maneira de pedir ajuda e ser direcionado para o melhor tratamento disponível, construindo, assim, uma relação mais equilibrada com a alimentação a longo prazo. 

Perguntas frequentes

O que leva uma pessoa a ter compulsão alimentar?

A compulsão alimentar pode ser causada por fatores emocionais, psicológicos, genéticos e hormonais. Estresse, ansiedade e dietas restritivas estão entre os principais gatilhos.

Como saber se é fome ou compulsão?

A fome fisiológica surge gradualmente e pode ser saciada com qualquer tipo de alimento. Já a compulsão alimentar geralmente está ligada a emoções e à busca por alimentos específicos, como doces e ultraprocessados, além do consumo em grandes quantidades e da sensação de perda de controle enquanto se está comendo.

O que é bom para quem tem compulsão alimentar?

Buscar ajuda médica especializada. A compulsão alimentar precisa ser tratada de forma multifatorial, o que inclui a realização de terapia psicológica, acompanhamento psiquiátrico e nutricional.

Qual a diferença entre compulsão alimentar e transtorno alimentar?

A compulsão alimentar é um tipo de transtorno alimentar, mas existem outros tipos de transtornos desse tipo, como anorexia, bulimia e TARE (transtorno alimentar restritivo evitativo).

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