04/04/2025
Revisado em: 24/04/2025
Descontrole na alimentação pode impactar a saúde física e emocional; saiba identificar e tratar o problema
A compulsão alimentar é um distúrbio caracterizado por episódios recorrentes de ingestão descontrolada de alimentos, muitas vezes acompanhados de sentimentos de culpa e vergonha. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 4,7% dos brasileiros sofrem de compulsão alimentar, quase o dobro da média global, que é de 2,6%.
A compulsão alimentar é um transtorno caracterizado pela ingestão de grandes quantidades de comida em um curto período de tempo, mesmo sem a sensação física de fome – é comum sentir-se fora de controle nesses momentos.
Diferentemente de outros transtornos alimentares, como a bulimia, na compulsão, não há comportamentos compensatórios, como vômitos ou exercícios excessivos, após a ingestão dos alimentos. Geralmente, esses episódios são uma resposta a emoções desafiadoras, como ansiedade, tristeza ou estresse.
Identificar a compulsão alimentar pode ser difícil, pois muitas vezes o paciente tem vergonha de falar sobre o assunto. E, para a família, também pode ser desafiador, já que, em geral, o paciente come exageradamente quando ninguém está por perto.
Mas seria importante observar a frequência com que esse tipo de situação ocorre, a quantidade de comida ingerida e o surgimento ou não do sentimento de culpa e angústia após a ingestão.
A compulsão alimentar é um transtorno complexo causado por diversos fatores, incluindo:
Os sintomas da compulsão alimentar podem incluir:
A longo prazo, a compulsão alimentar pode levar a problemas de saúde como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão arterial e maior risco para doenças cardiovasculares.
Além disso, há um importante impacto na saúde mental do indivíduo, que pode passar a sofrer de ansiedade e depressão, além de baixa autoestima e insatisfação com o próprio corpo.
O impacto da compulsão alimentar na saúde emocional e mental é bastante significativo. Pacientes que sofrem com o problema dizem sentir vergonha, culpa e angústia após os episódios de compulsão; por sua vez, essas emoções desafiadoras também são gatilhos importantes para a ingestão excessiva de alimentos, criando, muitas vezes, um círculo vicioso de alimentação descontrolada.
Além disso, transtornos como depressão e ansiedade são frequentemente associados ao problema, além de isolamento social e baixa autoestima.
Por ser um problema complexo e multifatorial, a compulsão alimentar precisa de um tratamento multidisciplinar envolvendo acompanhamento médico, psicológico e nutricional.
Nesse sentido, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) auxilia o indivíduo a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento disfuncionais relacionados à alimentação.
Além disso, é importante consultar um psiquiatra para avaliar a necessidade ou não de usar medicamentos para manejar transtornos de humor associados à compulsão alimentar. O acompanhamento nutricional especializado também é interessante para auxiliar no estabelecimento de hábitos alimentares saudáveis.
Por fim, vale dizer que a prática regular de exercícios também auxilia no gerenciamento do estresse, na melhora do sono e na estabilização do humor, medidas importantes para evitar episódios de compulsão.
Evitar fazer dietas restritivas e manter uma alimentação equilibrada e saudável são medidas fundamentais para controlar a compulsão alimentar. Além disso, algumas recomendações comuns incluem:
Se os episódios de compulsão alimentar ocorrem com frequência e causam sofrimento significativo e/ou levam a problemas de saúde, é importante buscar o apoio de um psicólogo, psiquiatra e/ou nutricionista. O suporte de especialistas pode fazer a diferença na compreensão das causas e no desenvolvimento de estratégias para tratar o problema.
A compulsão alimentar é uma questão delicada e que provoca sofrimento para muitas pessoas. Nesse sentido, encontrar pessoas de confiança – amigos, familiares, conselheiros e profissionais de saúde, por exemplo – para falar sobre o problema ajuda a dar conforto e acolhimento para quem está lidando com essa condição.
Além disso, falar sobre o assunto também é uma maneira de pedir ajuda e ser direcionado para o melhor tratamento disponível, construindo, assim, uma relação mais equilibrada com a alimentação a longo prazo.
A compulsão alimentar pode ser causada por fatores emocionais, psicológicos, genéticos e hormonais. Estresse, ansiedade e dietas restritivas estão entre os principais gatilhos.
A fome fisiológica surge gradualmente e pode ser saciada com qualquer tipo de alimento. Já a compulsão alimentar geralmente está ligada a emoções e à busca por alimentos específicos, como doces e ultraprocessados, além do consumo em grandes quantidades e da sensação de perda de controle enquanto se está comendo.
Buscar ajuda médica especializada. A compulsão alimentar precisa ser tratada de forma multifatorial, o que inclui a realização de terapia psicológica, acompanhamento psiquiátrico e nutricional.
A compulsão alimentar é um tipo de transtorno alimentar, mas existem outros tipos de transtornos desse tipo, como anorexia, bulimia e TARE (transtorno alimentar restritivo evitativo).
POPULARES EM SAÚDE MENTAL
Os conteúdos mais buscados sobre Saúde mental
Insônia: causas, sintomas e tratamentos para melhorar o sono
A dificuldade em iniciar ou manter o sono pode ser um sintoma de alguma patologia ou uma doença em si
Leia maisCompulsão alimentar: o que é e como buscar tratamento
Descontrole na alimentação pode impactar a saúde física e emocional; saiba identificar e tratar o problema
Leia maisComo manter a qualidade de vida após os 60 | Rede Américas
Envelhecer com saúde é possível! Entenda como otimizar seu bem-estar, prevenir e minimizar os riscos de desenvolver patologias comuns após os 60 anos.
Leia mais