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Como saber se o bebê está com dor de barriga?

Saiba identificar os sinais de desconforto abdominal em seu filho e as principais medidas de alívio e prevenção.

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Toda mãe e pai sabe: o choro do bebê é uma linguagem complexa. Quando ele é persistente e o pequeno se contorce, a primeira pergunta que surge é: "Será que está com dor de barriga?". Este desconforto é muito comum na primeira infância, mas entender os sinais e saber como agir pode trazer mais tranquilidade para a família e bem-estar para o bebê.

Como identificar os sinais de dor de barriga no bebê?

Bebês não conseguem expressar verbalmente o que sentem, mas seus corpos e comportamentos oferecem pistas claras sobre o desconforto. A dor abdominal, seja por gases, cólicas ou outras causas, manifesta-se de diversas formas.

O choro: um alerta importante

Um dos sinais mais evidentes é o choro. Se o bebê chora de forma intensa, aguda e inconsolável, mesmo após ser alimentado, ter a fralda trocada e estar confortável, a dor de barriga pode ser a causa. Esse choro pode vir em ondas, com picos de irritabilidade, e ocorrer em horários específicos, como ao final da tarde ou à noite.

Alterações na postura e movimentos

Observe como seu bebê se posiciona. Bebês com dor de barriga tendem a ficar agitados e inquietos. Eles podem encolher as perninhas em direção ao abdômen, como se tentassem aliviar a pressão, ou esticá-las bruscamente. A barriguinha pode parecer mais dura ou inchada ao toque.

Expressões faciais e corporais

A face do bebê também revela muito. Caretas de dor, testa franzida e um rosto avermelhado durante o choro são indicativos de que algo não vai bem. Além disso, o bebê pode arquear as costas ou ter dificuldade para se acalmar, mesmo no colo.

Mudanças no padrão de alimentação e sono

Um bebê com dor abdominal pode recusar a mamada ou o alimento, ou então mamar com dificuldade, demonstrando desconforto. Da mesma forma, a dor pode atrapalhar o sono, fazendo com que ele acorde frequentemente durante a noite ou tenha dificuldade para pegar no sono.

Sintomas gastrointestinais específicos

Fique atento a outros sinais relacionados ao trato digestivo. A liberação frequente de gases pode indicar acúmulo e desconforto. Em alguns casos, a dor pode ser acompanhada de vômitos, regurgitação excessiva, diarreia ou constipação. A ocorrência de soluços frequentes também pode ser um indicativo, especialmente se associada ao refluxo.

Como é o cocô de bebê com dor de barriga?

As fezes do bebê são um excelente indicador da saúde intestinal. Embora a consistência e cor variem bastante nos primeiros meses, alterações drásticas podem indicar dor de barriga. Fezes muito líquidas (diarreia), muito duras (constipação) ou com a presença de muco ou sangue são sinais de alerta. Tons brancos, vermelhos ou marrons incomuns nas fezes de recém-nascidos também exigem atenção, pois podem apontar para alterações intestinais ou estomacais.

Quais as principais causas da dor de barriga em bebês?

Compreender as causas subjacentes da dor de barriga ajuda a direcionar as ações de alívio.

  • Cólicas infantis: são episódios de choro intenso e inconsolável que ocorrem sem razão aparente, geralmente em bebês saudáveis, com idade entre 3 semanas e 3 meses. As cólicas são frequentemente associadas ao acúmulo de gases no aparelho digestivo.
  • Gases: a imaturidade do sistema digestivo do bebê e a ingestão de ar durante a mamada ou o choro são as principais causas de acúmulo de gases, que podem provocar dor e inchaço.
  • Refluxo gastroesofágico: comum em bebês, o refluxo ocorre quando o conteúdo do estômago retorna para o esôfago, causando queimação e dor. Pode manifestar-se com vômitos frequentes, irritabilidade após as mamadas e dificuldade para dormir.
  • Intolerâncias alimentares: embora menos frequentes, algumas intolerâncias, como à lactose presente no leite materno (se a mãe consumir laticínios) ou na fórmula, podem causar dor abdominal, diarreia e gases.
  • Constipação: dificuldade para evacuar ou fezes duras e ressecadas podem causar dor e desconforto na barriga.
  • Infecções: viroses e infecções bacterianas, como a gastroenterite, podem causar dor abdominal, diarreia, vômito e febre.

É importante notar que, em crianças mais velhas (geralmente entre 4 e 18 anos), a dor de barriga sem causa aparente pode ser classificada como um Distúrbio Gastrointestinal Funcional (DGF), como a Síndrome do Intestino Irritável (SII) ou a dor abdominal funcional não especificada. 

Nesses casos, estudos indicam que probióticos podem ser uma opção de tratamento. Uma revisão de 18 estudos com 1309 crianças, por exemplo, sugeriu que probióticos podem ser mais eficazes que placebo no alívio da dor abdominal funcional em crianças, conforme publicado no The Cochrane Database of Systematic Reviews. 

Além disso, pesquisas específicas com a cepa Lactobacillus reuteri DSM 17938 mostraram um efeito significativo na frequência da dor em pacientes com SII e dor abdominal funcional, de acordo com o Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition. Contudo, a escolha e o uso de probióticos devem ser sempre orientados por um profissional de saúde.

O que fazer para aliviar o desconforto?

Enquanto a consulta médica não acontece, algumas medidas podem ajudar a acalmar o bebê e aliviar o desconforto.

  • Massagens abdominais: realize movimentos circulares suaves no sentido horário sobre a barriga do bebê. Isso pode ajudar a expelir gases e aliviar a dor.
  • Movimentos com as perninhas: com o bebê deitado de costas, movimente as pernas como se ele estivesse pedalando uma bicicleta. Isso também auxilia na liberação de gases.
  • Banho morno: a água morna tem um efeito relaxante sobre o corpo do bebê, o que pode aliviar a tensão abdominal e o desconforto.
  • Compressas mornas: uma fralda aquecida ou uma bolsa térmica morna (nunca quente!) sobre a barriga pode trazer alívio. Sempre verifique a temperatura antes de aplicar na pele do bebê.
  • Posições que ajudam: colocar o bebê de bruços no seu antebraço, com a cabeça apoiada na sua mão e a barriga pressionada suavemente, pode proporcionar conforto. O contato pele a pele também é reconfortante.
  • Verifique a pega na amamentação: para bebês amamentados, certifique-se de que a pega está correta para evitar que engulam muito ar.
  • Incentive o arroto: após as mamadas, ajude o bebê a arrotar para liberar o ar engolido.

Quando procurar um médico? Sinais de alerta

Embora a dor de barriga em bebês seja muitas vezes benigna, é fundamental estar atento a sinais que indicam a necessidade urgente de avaliação médica. Procure um pediatra imediatamente se o bebê apresentar:

  • Febre alta (acima de 38°C).
  • Vômitos persistentes, com sangue ou de coloração esverdeada.
  • Diarréia grave, com sangue ou muco nas fezes.
  • Sinais de desidratação (boca seca, poucas lágrimas ao chorar, diminuição da quantidade de xixi, moleira afundada).
  • Perda de peso ou recusa total em se alimentar.
  • Letargia, sonolência excessiva ou irritabilidade extrema.
  • Dor abdominal muito intensa e localizada, que faz o bebê chorar de forma ininterrupta.
  • Abdômen muito inchado e rígido.

A saúde e o bem-estar do seu bebê são prioridade. Observar os sinais e saber quando buscar ajuda profissional são atitudes essenciais para garantir um desenvolvimento saudável e feliz.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista do Ministério da Saúde.

Bibliografia

GORDON, M.; et al. Probiotics for management of functional abdominal pain disorders in children. The Cochrane Database of Systematic Reviews, 17 fev. 2023. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/14651858.CD012849.pub2>. Acesso em: 17 maio 2024.

GROEN, J.; et al. ESPGHAN/NASPGHAN guidelines for treatment of irritable bowel syndrome and functional abdominal pain‐not otherwise specified in children aged 4–18 years. Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition, 30 maio 2025. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/jpn3.70070>. Acesso em: 17 maio 2024.

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