13/08/2025
Revisado em: 13/08/2025
Saiba identificar os sinais de desconforto abdominal em seu filho e as principais medidas de alívio e prevenção.
Toda mãe e pai sabe: o choro do bebê é uma linguagem complexa. Quando ele é persistente e o pequeno se contorce, a primeira pergunta que surge é: "Será que está com dor de barriga?". Este desconforto é muito comum na primeira infância, mas entender os sinais e saber como agir pode trazer mais tranquilidade para a família e bem-estar para o bebê.
Bebês não conseguem expressar verbalmente o que sentem, mas seus corpos e comportamentos oferecem pistas claras sobre o desconforto. A dor abdominal, seja por gases, cólicas ou outras causas, manifesta-se de diversas formas.
Um dos sinais mais evidentes é o choro. Se o bebê chora de forma intensa, aguda e inconsolável, mesmo após ser alimentado, ter a fralda trocada e estar confortável, a dor de barriga pode ser a causa. Esse choro pode vir em ondas, com picos de irritabilidade, e ocorrer em horários específicos, como ao final da tarde ou à noite.
Observe como seu bebê se posiciona. Bebês com dor de barriga tendem a ficar agitados e inquietos. Eles podem encolher as perninhas em direção ao abdômen, como se tentassem aliviar a pressão, ou esticá-las bruscamente. A barriguinha pode parecer mais dura ou inchada ao toque.
A face do bebê também revela muito. Caretas de dor, testa franzida e um rosto avermelhado durante o choro são indicativos de que algo não vai bem. Além disso, o bebê pode arquear as costas ou ter dificuldade para se acalmar, mesmo no colo.
Um bebê com dor abdominal pode recusar a mamada ou o alimento, ou então mamar com dificuldade, demonstrando desconforto. Da mesma forma, a dor pode atrapalhar o sono, fazendo com que ele acorde frequentemente durante a noite ou tenha dificuldade para pegar no sono.
Fique atento a outros sinais relacionados ao trato digestivo. A liberação frequente de gases pode indicar acúmulo e desconforto. Em alguns casos, a dor pode ser acompanhada de vômitos, regurgitação excessiva, diarreia ou constipação. A ocorrência de soluços frequentes também pode ser um indicativo, especialmente se associada ao refluxo.
As fezes do bebê são um excelente indicador da saúde intestinal. Embora a consistência e cor variem bastante nos primeiros meses, alterações drásticas podem indicar dor de barriga. Fezes muito líquidas (diarreia), muito duras (constipação) ou com a presença de muco ou sangue são sinais de alerta. Tons brancos, vermelhos ou marrons incomuns nas fezes de recém-nascidos também exigem atenção, pois podem apontar para alterações intestinais ou estomacais.
Compreender as causas subjacentes da dor de barriga ajuda a direcionar as ações de alívio.
É importante notar que, em crianças mais velhas (geralmente entre 4 e 18 anos), a dor de barriga sem causa aparente pode ser classificada como um Distúrbio Gastrointestinal Funcional (DGF), como a Síndrome do Intestino Irritável (SII) ou a dor abdominal funcional não especificada.
Nesses casos, estudos indicam que probióticos podem ser uma opção de tratamento. Uma revisão de 18 estudos com 1309 crianças, por exemplo, sugeriu que probióticos podem ser mais eficazes que placebo no alívio da dor abdominal funcional em crianças, conforme publicado no The Cochrane Database of Systematic Reviews.
Além disso, pesquisas específicas com a cepa Lactobacillus reuteri DSM 17938 mostraram um efeito significativo na frequência da dor em pacientes com SII e dor abdominal funcional, de acordo com o Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition. Contudo, a escolha e o uso de probióticos devem ser sempre orientados por um profissional de saúde.
Enquanto a consulta médica não acontece, algumas medidas podem ajudar a acalmar o bebê e aliviar o desconforto.
Embora a dor de barriga em bebês seja muitas vezes benigna, é fundamental estar atento a sinais que indicam a necessidade urgente de avaliação médica. Procure um pediatra imediatamente se o bebê apresentar:
A saúde e o bem-estar do seu bebê são prioridade. Observar os sinais e saber quando buscar ajuda profissional são atitudes essenciais para garantir um desenvolvimento saudável e feliz.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista do Ministério da Saúde.
GORDON, M.; et al. Probiotics for management of functional abdominal pain disorders in children. The Cochrane Database of Systematic Reviews, 17 fev. 2023. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/14651858.CD012849.pub2>. Acesso em: 17 maio 2024.
GROEN, J.; et al. ESPGHAN/NASPGHAN guidelines for treatment of irritable bowel syndrome and functional abdominal pain‐not otherwise specified in children aged 4–18 years. Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition, 30 maio 2025. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/jpn3.70070>. Acesso em: 17 maio 2024.
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