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Como prevenir o câncer de pele: guia completo para sua proteção

Veja cuidados simples e eficazes para reduzir o risco de câncer de pele e manter a saúde da sua pele em dia.

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Em um dia ensolarado, você pode estar aproveitando o ar livre, seja trabalhando ou praticando esportes. Contudo, essa exposição, sem a devida proteção, pode ser um fator de risco para o câncer de pele. De fato, aproximadamente uma em cada cinco pessoas sofrerá de câncer de pele em algum momento de suas vidas, conforme estudos recentes em Molecular Cancer. Este é o tipo de câncer mais comum no Brasil, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

A boa notícia é que, na maioria dos casos, o câncer de pele apresenta alta chance de cura quando detectado e tratado precocemente. A chave, portanto, está na prevenção e no monitoramento constante. Entender como se proteger é fundamental para manter sua saúde em dia, especialmente para quem tem uma rotina que envolve tempo sob o sol ou histórico familiar da doença.

Por que a prevenção do câncer de pele é essencial?

A radiação ultravioleta (UV), emitida pelo sol e por câmaras de bronzeamento artificial, é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele. A exposição acumulada e as queimaduras solares, especialmente na infância e adolescência, aumentam significativamente as chances de surgimento da doença ao longo da vida.

Existem diferentes tipos de câncer de pele, sendo os mais comuns o carcinoma basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular, que são menos agressivos, mas exigem tratamento. O carcinoma basocelular (CBC), por exemplo, é o tipo mais frequente, correspondendo a cerca de 80% de todos os casos de câncer de pele, segundo o Annals of Medicine and Surgery. O melanoma, embora menos frequente, é o tipo mais grave e com maior potencial de metástase, ressaltando a urgência da prevenção e da detecção precoce. Apesar de representar apenas 1% dos casos de câncer de pele, o melanoma é responsável por cerca de 80% das fatalidades decorrentes da doença, sublinhando a importância da vigilância.

Quais são as principais estratégias para prevenir o câncer de pele?

A prevenção do câncer de pele envolve um conjunto de hábitos e cuidados diários. Adotar essas práticas de forma consistente pode reduzir drasticamente seu risco de desenvolver a doença e preservar a saúde da sua pele a longo prazo.

Como o protetor solar age na proteção?

O protetor solar é uma ferramenta fundamental na prevenção do câncer de pele, agindo como uma barreira contra a radiação UV. Para uma proteção eficaz, é essencial utilizá-lo corretamente.

  • Escolha o FPS ideal: Opte por protetores solares com Fator de Proteção Solar (FPS) 30 ou superior. Para peles muito claras ou em condições de exposição intensa, como praia ou piscina, um FPS 50+ é recomendado.
  • Amplo espectro: Certifique-se de que o produto oferece proteção de "amplo espectro", ou seja, contra os raios UVA e UVB. Os raios UVA estão associados ao envelhecimento precoce e ao câncer de pele, enquanto os UVB são os principais responsáveis pelas queimaduras solares.
  • Aplicação generosa: Aplique uma quantidade generosa do produto em todas as áreas expostas da pele, cerca de 15 a 30 minutos antes da exposição solar. Não se esqueça de orelhas, nuca, pés e lábios.
  • Reaplicação constante: Reaplique o protetor a cada duas horas, ou com maior frequência em casos de transpiração excessiva, após mergulho ou secar-se com toalha. A água e o suor podem remover o produto, diminuindo sua eficácia.

A importância da barreira física: roupas e acessórios

O protetor solar é importante, mas a barreira física é sua aliada mais confiável. Roupas, chapéus e óculos escuros oferecem proteção imediata e duradoura contra os raios solares.

  • Roupas com proteção UV: Invista em roupas com Fator de Proteção Ultravioleta (FPU) acima de 30. Elas são desenvolvidas com tecidos que bloqueiam a passagem dos raios UV.
  • Roupas de trama fechada: Se não tiver roupas com FPU, prefira tecidos de trama mais fechada, como jeans ou algodão mais denso, em cores escuras, que oferecem maior proteção do que tecidos claros e finos.
  • Chapéus de abas largas: Use chapéus que cubram todo o rosto, pescoço e orelhas. As abas devem ter, no mínimo, 7 cm.
  • Óculos de sol: Escolha óculos de sol com proteção 100% UVA e UVB. Eles protegem os olhos e a pele sensível ao redor deles.

Qual o melhor horário para a exposição solar segura?

Evitar o sol nos horários de pico é uma das medidas preventivas mais eficazes. A radiação UV é mais intensa e prejudicial entre 10h e 16h.

Seja estratégico com suas atividades ao ar livre. Se precisar estar exposto nesse período, procure a sombra de árvores, guarda-sóis ou toldos. Priorize atividades ao ar livre no início da manhã ou no final da tarde, quando os raios solares são menos agressivos.

Como realizar o autoexame da pele em casa?

O autoexame regular da pele é crucial para a detecção precoce de alterações. Você deve realizá-lo mensalmente, observando pintas, manchas ou lesões existentes e procurando por novas.

Utilize a regra do ABCDE para identificar características suspeitas de lesões:

  • A de Assimetria: Uma metade da lesão é diferente da outra.
  • B de Bordas: Bordas irregulares, serrilhadas ou mal definidas.
  • C de Cor: Várias cores em uma mesma lesão (preto, marrom, branco, azul ou vermelho).
  • D de Diâmetro: Diâmetro maior que 6 milímetros (tamanho de uma borracha de lápis).
  • E de Evolução: Mudanças na aparência da lesão ao longo do tempo (crescimento, alteração de cor, coceira, sangramento).

Observe todo o corpo, incluindo couro cabeludo, palma das mãos, planta dos pés e entre os dedos. Peça ajuda a um familiar para examinar áreas de difícil acesso, como as costas.

Quando devo procurar um dermatologista?

Apesar do autoexame, a avaliação profissional é indispensável. Recomenda-se uma consulta anual com um dermatologista para um exame completo da pele. É importante notar que a baixa frequência de visitas de acompanhamento a um dermatologista pode dificultar o diagnóstico precoce de lesões, como observado em estudos recentes onde apenas 38,4% dos participantes realizavam essas consultas. Este especialista pode identificar lesões suspeitas que você não percebeu e realizar exames mais detalhados.

Procure o dermatologista imediatamente se notar qualquer alteração em pintas ou manchas, como as descritas na regra do ABCDE, ou se surgirem novas lesões que não cicatrizam.

Quem deve ter atenção redobrada na prevenção?

Algumas pessoas possuem fatores de risco que exigem cuidados ainda mais rigorosos na prevenção do câncer de pele. Reconhecer esses fatores é o primeiro passo para uma proteção eficaz.

  • Pele clara e olhos claros: Indivíduos com fototipos I e II (pele muito clara, que queima facilmente e nunca bronzeia ou bronzeia pouco) têm maior vulnerabilidade à radiação UV.
  • Histórico de queimaduras solares: Pessoas que tiveram queimaduras solares severas, especialmente na infância ou adolescência, apresentam risco elevado.
  • Histórico familiar de câncer de pele: A predisposição genética é um fator importante. Se parentes de primeiro grau (pais, irmãos, filhos) tiveram câncer de pele, o risco é maior.
  • Grande número de pintas ou sardas: Muitas pintas (nevos), especialmente se forem atípicas, podem aumentar o risco de melanoma.
  • Atividades ao ar livre: Profissões ou hobbies que envolvem exposição solar prolongada e frequente (agricultores, pescadores, atletas, jardineiros, etc.) necessitam de proteção constante.
  • Sistema imunológico enfraquecido: Condições médicas ou medicamentos que suprimem o sistema imunológico podem aumentar o risco.

Quais são os mitos comuns sobre o sol e o câncer de pele?

Crenças errôneas sobre a exposição solar podem comprometer sua proteção. Esclarecer esses mitos é crucial para adotar medidas preventivas eficazes.

  • "Pessoas de pele morena ou negra não pegam câncer de pele": Embora o risco seja menor, pessoas com tons de pele mais escuros também podem desenvolver câncer de pele. A proteção solar é essencial para todos os fototipos.
  • "O protetor solar bloqueia totalmente a vitamina D": O uso correto do protetor solar não impede a produção de vitamina D. Pequenas exposições em horários de menor intensidade solar ou por meio da alimentação e suplementos são suficientes para manter os níveis adequados.
  • "Sombra e dia nublado protegem do sol": A sombra reduz a intensidade da radiação, mas não a elimina. Nuvens filtram parte dos raios UV, mas uma parcela significativa ainda atinge a pele, exigindo proteção mesmo em dias nublados.
  • "Bronzeamento artificial é seguro": As câmaras de bronzeamento artificial emitem radiação UV concentrada, aumentando drasticamente o risco de câncer de pele. Organizações de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), desaconselham seu uso.

Prevenção contínua: um investimento na sua saúde

Prevenir o câncer de pele é um compromisso contínuo com sua saúde e bem-estar. As estratégias de proteção solar, o monitoramento da pele e as consultas regulares com um dermatologista são a base para reduzir o risco da doença. Para quem tem rotinas ao ar livre ou histórico familiar, essa vigilância deve ser ainda mais atenta.

Adotar esses hábitos preventivos hoje significa colher os benefícios de uma pele saudável por toda a vida. Não subestime o poder da prevenção e faça da proteção solar uma parte inegociável da sua rotina.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista do Ministério da Saúde.

Bibliografia

HASAN, N.; et al. Skin cancer: understanding the journey of transformation from conventional to advanced treatment approaches. *Molecular Cancer*, v. 22, n. 1, p. 161, 2023. Disponível em: . Acesso em: 24 jul. 2025.

JĘŚKOWIAK-KOSSAKOWSKA, I.; et al. Skin cancer prevention in the Polish population during the COVID-19 pandemic. *Frontiers in Public Health*, v. 13, 2025. Disponível em: . Acesso em: 24 jul. 2025.

SAEED, W.; et al. Cutaneous Oncology: Strategies for Melanoma Prevention, Diagnosis, and Therapy. *Cancer Control: Journal of the Moffitt Cancer Center*, 2024. Disponível em: . Acesso em: 24 jul. 2025.

SINGH, H.; et al. A recent update on the connection between dietary phytochemicals and skin cancer: emerging understanding of the molecular mechanism. *Annals of Medicine and Surgery*, 2024. Disponível em: . Acesso em: 24 maio 2024.

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