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Como é a dor de cabeça no AVC e como diferenciá-la?

Dor intensa e repentina pode ser um dos primeiros sinais do AVC.

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A dor de cabeça, embora seja um sintoma comum e muitas vezes benigno, pode, em casos específicos, sinalizar condições graves como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame. 

É fundamental compreender as características da cefaleia associada ao AVC para buscar ajuda médica imediata, caso necessário.

Características da dor de cabeça no AVC

A dor de cabeça em um AVC não é uma cefaleia comum. Ela se destaca por algumas particularidades que a tornam um sinal de alerta:

Início súbito e intenso

Uma das características mais marcantes é o seu aparecimento repentino. Muitas vezes descrita como a "pior dor de cabeça da vida", ela atinge sua intensidade máxima em segundos ou poucos minutos. 

A dor de cabeça que ocorre durante o AVC surge de repente e é bastante forte.

Qualidade da dor

Embora possa variar, geralmente é uma dor lancinante, pulsátil ou em aperto, e não costuma ser aliviada com analgésicos comuns.

Localização

Pode ser generalizada ou focal, mas a intensidade e os sintomas associados são os principais diferenciais, e não a localização exata.

Sintomas neurológicos associados (sinais de alerta)

A dor de cabeça no AVC raramente se manifesta isoladamente. Ela é quase sempre acompanhada de outros sinais neurológicos que indicam um comprometimento cerebral agudo. 

Reconhecer esses sintomas é crucial para o diagnóstico e tratamento rápidos:

  • Fraqueza ou Dormência Súbita: afeta um lado do corpo (face, braço ou perna), podendo levar à dificuldade para levantar um braço, sorrir simetricamente ou arrastar uma perna.
  • Dificuldade na Fala ou Compreensão: a pessoa pode ter a fala arrastada, incompreensível, ou dificuldade em entender o que lhe é dito (afasia).
  • Alterações Visuais Repentinas: visão dupla, embaçada ou perda súbita da visão em um ou ambos os olhos.
  • Perda de Equilíbrio ou Coordenação: tontura súbita, dificuldade para andar, desequilíbrio, vertigem intensa.
  • Confusão Mental: desorientação, dificuldade em raciocinar ou responder a perguntas simples.

Como diferenciar a dor de cabeça do AVC de outras cefaleias?

A principal diferença reside na tríade: início súbitointensidade extrema e a presença de sintomas neurológicos concomitantes

Vejamos um comparativo simples:

Característica

Dor de Cabeça no AVC

Cefaleia Tensional

Enxaqueca

 

Início

Súbito (em segundos/minutos)

Gradual

Gradual a moderadamente rápido

Intensidade

Geralmente severa, "a pior da vida"

Leve a moderada

Moderada a severa

Sintomas Associados

Fraqueza/dormência unilateral, dificuldade de fala/visão, desequilíbrio

Sensação de pressão/aperto, sem outros sintomas neurológicos

Náuseas, vômitos, sensibilidade à luz (fotofobia) e som (fonofobia)

Duração

Persistente até intervenção médica

Horas a dias

4 a 72 horas

Necessidade Médica

Emergência médica imediata (LIGAR 192)

Autocuidado, analgésicos comuns, em casos persistentes procurar médico

Analgésicos específicos, procurar médico para diagnóstico e tratamento

Se você ou alguém que conhece apresentar uma dor de cabeça com as características de um AVC, é imperativo procurar atendimento médico de emergência imediatamente. Cada minuto conta para minimizar as sequelas de um derrame cerebral.

Quando essa dor precisa de avaliação neurológica?

A dor de cabeça nas têmporas, na maioria das vezes, tem causas benignas como a cefaleia tensional ou a enxaqueca. 

Em algumas situações, ela pode ser um sinal de alerta para condições neurológicas mais sérias, exigindo uma avaliação médica imediata. Identificar esses sinais é crucial para garantir um diagnóstico precoce e o tratamento adequado.

O acompanhamento por um neurologista torna-se indispensável quando a dor de cabeça apresenta características preocupantes, que vão além do desconforto comum. Prestar atenção aos detalhes da dor e aos sintomas associados pode fazer toda a diferença. Consulte um especialista se a dor nas têmporas:

  • Surgir de forma súbita e intensa: Especialmente se for descrita como a "pior dor de cabeça da vida", o que pode indicar emergências como um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou hemorragia subaracnoide.
  • For persistente e progressiva: Se a dor não melhora com analgésicos comuns, piora ao longo do tempo ou se torna mais frequente e severa.
  • Vier acompanhada de alterações neurológicas: Incluem fraqueza ou dormência em um lado do corpo, dificuldade para falar ou entender, perda de visão ou visão dupla, tontura, perda de equilíbrio ou coordenação.
  • Apresentar febre, rigidez no pescoço ou erupções cutâneas: Sintomas que podem sugerir infecções graves, como meningite.
  • Ocorrer após um trauma na cabeça: Mesmo que o impacto pareça leve, a dor posterior pode indicar um sangramento ou lesão cerebral.
  • Aparecer pela primeira vez após os 50 anos: Nesses casos, há maior preocupação com condições como a arterite temporal, que pode causar perda de visão se não tratada rapidamente.
  • Piorar com atividades físicas, tosse ou esforço: Pode ser um indício de aumento da pressão intracraniana.
  • Estiver associada a alterações de personalidade, confusão ou convulsões: Sintomas que podem apontar para condições como tumores cerebrais ou outras doenças neurológicas.

Não hesite em procurar um pronto-socorro ou agendar uma consulta com um neurologista se qualquer um desses sinais de alerta for observado. A intervenção precoce é fundamental para o manejo de condições potencialmente graves e para a preservação da saúde neurológica.

Quais exames podem ser indicados para dor de cabeça nas têmporas?

A dor de cabeça nas têmporas é um sintoma que, apesar de comum, pode ter diversas origens, desde as mais benignas até condições que exigem atenção médica imediata. Por isso, a correta identificação da causa é fundamental para um tratamento eficaz. 

Para isso, o médico pode indicar uma série de exames.

Avaliação clínica: o primeiro passo essencial

Antes de solicitar qualquer exame complementar, o médico realizará uma avaliação clínica detalhada. Este é o momento crucial para entender o histórico da dor. Serão feitas perguntas sobre:

  • Características da dor: Como ela se manifesta (pulsante, aperto, pontada), intensidade, duração e frequência.
  • Sintomas associados: Se há náuseas, vômitos, sensibilidade à luz (fotofobia) ou ao som (fonofobia), alterações visuais, febre, rigidez no pescoço, fraqueza em alguma parte do corpo ou outros sinais.
  • Fatores desencadeantes e de alívio: O que parece piorar ou melhorar a dor.
  • Histórico médico pessoal e familiar: Outras doenças preexistentes ou casos de dores de cabeça na família.
  • Exame neurológico: Avaliação de reflexos, força muscular, sensibilidade e coordenação.

Com base nessas informações, o profissional de saúde pode direcionar o diagnóstico e a necessidade de exames complementares.

Quando são necessários exames complementares?

Na maioria dos casos de cefaleias primárias, como enxaquecas e cefaleias tensionais, o diagnóstico é clínico, ou seja, baseado no histórico e exame físico, sem a necessidade de exames de imagem rotineiros. 

Os exames complementares são indicados quando há "sinais de alerta" (red flags), que sugerem uma causa secundária ou mais grave para a dor de cabeça. 

Estes sinais incluem:

  • Início súbito de dor de cabeça intensa ("a pior dor de cabeça da vida").
  • Dor de cabeça nova em pessoas com mais de 50 anos ou em crianças.
  • Mudança no padrão de uma dor de cabeça preexistente.
  • Dor que piora com tosse, espirro ou esforço físico.
  • Sintomas neurológicos associados (fraqueza, dormência, alterações de fala ou visão).
  • Febre, rigidez de nuca ou confusão mental.
  • Dor de cabeça após trauma na cabeça.

Exames comuns indicados (dependendo da suspeita diagnóstica)

A escolha dos exames dependerá da suspeita clínica e dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente.

Exames de Imagem (Tomografia Computadorizada - TC ou Ressonância Magnética - RM do Encéfalo)

Indicação: são os exames mais comuns para investigar dores de cabeça persistentes ou com sinais de alerta. Eles ajudam a descartar condições graves como tumores cerebrais, aneurismas, AVC (Acidente Vascular Cerebral), hemorragias, hidrocefalia ou malformações. 

A RM oferece uma visão mais detalhada de tecidos moles e é preferível para certas condições, enquanto a TC é mais rápida e eficaz para emergências (como hemorragias agudas).

Exames de Sangue (VHS, PCR)

Indicação: essenciais quando há suspeita de arterite temporal, uma inflamação dos vasos sanguíneos que pode afetar as artérias das têmporas, comum em idosos. 

Marcadores inflamatórios como a Velocidade de Hemossedimentação (VHS) e a Proteína C Reativa (PCR) estarão elevados nesses casos.

Biópsia da Artéria Temporal

Indicação: é o exame definitivo para confirmar o diagnóstico de arterite temporal, realizado por meio da remoção de um pequeno segmento da artéria para análise laboratorial.

Tomografia Computadorizada dos Seios da Face

Indicação: se a dor na têmpora estiver associada a sintomas de sinusite (pressão facial, secreção nasal, congestão), este exame pode confirmar a inflamação dos seios paranasais.

Avaliação Odontológica/Exames da ATM (Articulação Temporomandibular)

Indicação: se a dor estiver relacionada à articulação da mandíbula (ATM), que fica próxima à têmpora, o dentista pode solicitar radiografias, tomografias ou ressonâncias magnéticas específicas da articulação para identificar problemas como bruxismo, disfunções da ATM ou problemas de oclusão.

Punção Lombar (Exame do Líquor)

Indicação: raramente indicado para dores de cabeça nas têmporas isoladas, mas pode ser solicitado em casos de suspeita de infecções (meningite, encefalite) ou hemorragias subaracnóideas, após a exclusão de lesões por exames de imagem.

Lembre-se: somente um médico pode determinar a necessidade e quais exames são mais apropriados para o seu caso específico, garantindo um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.

 

Veja também:

 

Bibliografia

 BRASIL. Ministério da Saúde. Acidente Vascular Cerebral (AVC). Gov.br, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/avc. Acesso em: 25 jul. 2025.

 BRASIL. Ministério da Saúde. AVC – Acidente Vascular Cerebral. BVSMS, 2024. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/avc-acidente-vascular-cerebral/. Acesso em: 25 jul. 2025.

 BRASIL. Ministério da Saúde. Acidente Vascular Cerebral (AVC) no adulto. Linhas de Cuidado – Ministério da Saúde, 2024. Disponível em: https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/acidente-vascular-cerebral-(AVC)-no-adulto/. Acesso em: 25 jul. 2025.

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