15/08/2025
Revisado em: 15/08/2025
Entenda os sintomas, tipos mais comuns e a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura e oferecer o melhor suporte.
Toda mãe sabe: quando a criança não está bem, o coração aperta. O câncer infanto-juvenil é uma realidade que afeta milhares de famílias, mas a boa notícia é que, ao contrário do que muitos pensam, a maioria dos casos em crianças e adolescentes tem altas chances de cura. Trata-se de um conjunto de doenças caracterizadas pela proliferação descontrolada de células anormais em qualquer parte do corpo.
Diferentemente do câncer em adultos, que frequentemente está ligado a fatores de risco ambientais e estilo de vida, o câncer em crianças e adolescentes têm causas menos conhecidas.
Geralmente, ele surge de alterações genéticas ou moleculares que ocorrem durante o desenvolvimento celular, muitas vezes sem uma causa externa identificável.
As diferenças entre o câncer infanto-juvenil e o câncer do adulto são significativas. No adulto, os tumores geralmente afetam órgãos como pulmão, mama e intestino, e são mais comuns em idades avançadas. Já em crianças e adolescentes, o câncer tende a envolver células do sistema sanguíneo, como leucemias e linfomas, e tecidos de sustentação, como ossos e músculos.
Além disso, o câncer em adultos costuma ter um crescimento mais lento, enquanto em crianças e adolescentes ele progride mais rapidamente. Esta velocidade exige um diagnóstico ágil e um tratamento intensivo e específico, que considera as particularidades do organismo em desenvolvimento.
Embora o câncer infantojuvenil seja raro em comparação com o câncer em adultos, existem tipos específicos que predominam nessa faixa etária. Conhecer os mais comuns ajuda pais e educadores a estarem mais atentos a possíveis sinais de alerta.
Identificar o câncer em crianças pode ser um desafio, pois os sintomas iniciais são frequentemente inespecíficos e podem ser confundidos com doenças comuns da infância. Contudo, a atenção a sinais persistentes ou incomuns é fundamental para um diagnóstico precoce.
Alguns sinais de alerta devem ser observados. Se a criança apresentar um ou mais destes sintomas de forma persistente, é importante buscar avaliação médica:
Alguns tipos de câncer podem apresentar sinais mais específicos:
Procure um pediatra ou serviço de saúde se a criança ou adolescente apresentar qualquer um dos sintomas mencionados de forma persistente, piorando com o tempo, ou se houver uma combinação de vários sinais.
O médico poderá investigar a causa e, se necessário, encaminhar para um especialista. A vigilância e a ação rápida podem fazer toda a diferença no prognóstico.
A rapidez no diagnóstico é um dos fatores mais críticos para o sucesso do tratamento do câncer infanto-juvenil. Quanto mais cedo a doença for identificada, maiores são as chances de cura e menores as sequelas a longo prazo.
A detecção precoce permite que o tratamento seja iniciado em fases iniciais do câncer, antes que ele se espalhe para outras partes do corpo.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) reforçam que a sobrevida para muitos tipos de câncer infantojuvenil pode ultrapassar os 80% quando diagnosticados e tratados adequadamente e a tempo. Essa estatística destaca a importância da atenção constante dos pais e educadores aos sinais e sintomas.
Um exemplo notável da evolução no tratamento é a leucemia linfoide aguda (LLA) infantil. A sobrevida em 5 anos para crianças com LLA atingiu aproximadamente 90% em 2020, um avanço significativo em comparação com os 59% registrados em 1975, conforme dados de um estudo publicado na Pediatrics.
Essa estatística reforça o impacto positivo do diagnóstico precoce e dos avanços terapêuticos.
Quando o câncer é descoberto precocemente, as opções de tratamento podem ser menos intensivas e, consequentemente, menos agressivas para o organismo em desenvolvimento da criança.
Isso pode significar ciclos de quimioterapia mais curtos, cirurgias menos invasivas e menor necessidade de radioterapia, reduzindo os efeitos colaterais e melhorando a qualidade de vida durante e após o tratamento.
O tratamento do câncer em crianças e adolescentes é altamente especializado e envolve uma equipe multidisciplinar.
O plano terapêutico é individualizado, levando em conta o tipo de câncer, sua localização, o estágio da doença e a idade da criança. O objetivo é eliminar as células cancerosas com a menor toxicidade possível ao organismo em crescimento.
Nesse contexto, o avanço das ferramentas diagnósticas é fundamental. Atualmente, o teste genômico tornou-se uma ferramenta diagnóstica padrão para muitos casos de câncer em crianças, adolescentes e jovens adultos, permitindo uma compreensão mais profunda da doença e a personalização do tratamento.
Uma equipe composta por oncologistas pediátricos, cirurgiões, radioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e assistentes sociais trabalha em conjunto.
Esta abordagem integrada garante não apenas o tratamento da doença, mas também o suporte completo à criança e sua família, abordando aspectos físicos, emocionais e sociais.
É crucial que todo o tratamento seja realizado em centros especializados em oncologia pediátrica, que possuem a infraestrutura e a experiência necessárias para cuidar de crianças e adolescentes.
Receber um diagnóstico de câncer na família é um momento de grande impacto. No entanto, é possível lidar com a situação de forma a oferecer o melhor suporte emocional e prático à criança ou adolescente, e também aos familiares.
O câncer afeta toda a família. É fundamental que pais, irmãos e outros cuidadores também recebam suporte psicológico. Muitos hospitais e associações oferecem grupos de apoio, terapia individual ou familiar para ajudar a processar as emoções e lidar com os desafios do tratamento.
Conversar abertamente, dentro do nível de compreensão da criança, sobre a doença e o tratamento pode diminuir a ansiedade.
Um estudo multicêntrico com pais de crianças com câncer identificou oito funções essenciais de comunicação que são vitais para construir relacionamentos de confiança e apoiar a família durante a jornada do tratamento. Isso reforça a importância de um diálogo aberto e empático com a criança e seus cuidadores, ajudando a diminuir a ansiedade e fortalecer o vínculo familiar.
Na medida do possível, tentar manter a rotina da criança ajuda a dar uma sensação de normalidade e controle.
Isso inclui a continuidade dos estudos, muitas vezes com apoio de tutores hospitalares ou programas de educação à distância. Brincadeiras e atividades lúdicas são importantes para o desenvolvimento e o bem-estar psicológico, mesmo durante o tratamento.
Buscar apoio em associações de pais de crianças com câncer e outras organizações pode ser muito benéfico.
Elas oferecem informações, suporte emocional, e em muitos casos, assistência prática (como transporte, hospedagem e acesso a medicamentos). Compartilhar experiências com outras famílias que enfrentam desafios semelhantes pode aliviar o isolamento.
Durante o tratamento, a criança pode apresentar efeitos colaterais. É vital seguir rigorosamente as orientações médicas e nutricionais. Manter a higiene, proteger contra infecções e garantir uma alimentação adequada são aspectos cruciais para o sucesso terapêutico e para a qualidade de vida do paciente.
Lembre-se: cada criança e cada família reagem de uma forma única. Paciência, amor e resiliência são pilares nesse caminho. Nunca hesite em buscar ajuda profissional para qualquer dúvida ou dificuldade que surgir.
Para pais, responsáveis e educadores que buscam aprofundar seus conhecimentos ou necessitam de suporte, diversas instituições de referência oferecem informações confiáveis e assistência. É fundamental sempre buscar fontes oficiais e especializadas em oncologia pediátrica.
Sempre consulte um profissional de saúde qualificado para qualquer preocupação sobre a saúde de crianças e adolescentes. Este guia tem como objetivo informar, mas não substitui a avaliação e o acompanhamento médico.
[BOTÃO DE AGENDAR CONSULTA]
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista do Ministério da Saúde.
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