15/08/2025
Revisado em: 15/08/2025
Saiba como identificar, prevenir e agir diante dos riscos de câncer de pele na infância, garantindo a saúde e bem-estar de seus filhos.
Ainda que seja mais comum em adultos, o câncer de pele em crianças é uma realidade que merece atenção. A idade é um fator que influencia a incidência do câncer de pele, com indivíduos mais velhos apresentando maior suscetibilidade à doença.
Assim como monitoramos os primeiros passos ou as primeiras palavras, a pele dos pequenos também precisa de nossa vigilância constante. Casos de câncer de pele em crianças são raros, representando entre 1% e 3% de todos os cânceres pediátricos.
Contudo, quando ocorrem, tendem a ser mais agressivos, destacando a importância da detecção precoce.
Na infância, o tipo mais preocupante é o melanoma, que apesar de raro, é o mais grave. Existem também tumores que mimetizam o melanoma, como o melanoma spitzóide, que são geralmente benignos, mas exigem avaliação especializada. Carcinomas basocelulares e espinocelulares, típicos de adultos, são extremamente incomuns em crianças, exceto em síndromes genéticas específicas.
A compreensão dos fatores de risco é crucial para a prevenção e o monitoramento. Veja os principais:
A exposição cumulativa também é prejudicial. É crucial evitar o uso de solários, pois um estudo na Frontiers in Public Health indicou que seu uso aumenta em mais de 75% a incidência de melanoma maligno diagnosticado antes dos 30-40 anos.
Por exemplo, melanomas representam uma porcentagem maior (12%) das malignidades de pele em crianças que receberam transplante de órgão sólido, comparado a 5% em adultos transplantados, conforme um estudo na Molecular Cancer.
É importante notar que, em um estudo com 68 pacientes pediátricos que fizeram transplante cardíaco e sobreviveram por cinco anos, apenas um caso de carcinoma espinocelular foi registrado.
Atenção aos detalhes na pele da criança pode fazer toda a diferença. É importante agir rapidamente, pois quase metade (48%) dos cânceres de pele iniciais em crianças estavam presentes por mais de 12 meses antes do diagnóstico. Procure por qualquer alteração que não pareça normal ou que se modifique com o tempo.
Estes são os sinais que devem ligar o alerta:
Muitas crianças têm pintas, e a maioria delas é inofensiva. No entanto, algumas características podem indicar a necessidade de avaliação médica.
Em adultos, usamos a regra do ABCDE (Assimetria, Bordas irregulares, Cores variadas, Diâmetro e Evolução). Para crianças, a regra ABCDE pode não ser tão aplicável para o melanoma spitzóide, que é mais comum na infância.
Nestes casos, a "regra do patinho feio" é útil: se uma pinta parece diferente de todas as outras no corpo da criança, ela deve ser investigada. Além disso, qualquer lesão que cresça rapidamente ou que se altere em pouco tempo requer atenção imediata.
O diagnóstico começa com um exame físico detalhado por um dermatologista pediátrico. Em caso de suspeita, o médico pode realizar uma dermatoscopia, que usa um aparelho para visualizar a lesão em detalhes.
Se a suspeita persistir, uma biópsia (remoção de uma pequena parte da lesão para análise laboratorial) é necessária para confirmar ou descartar o diagnóstico. É fundamental que a criança seja avaliada por um profissional experiente em câncer de pele pediátrico.
Sim, o câncer de pele em crianças é tratável, especialmente quando diagnosticado precocemente. O tratamento varia conforme o tipo, estágio e localização da lesão. A cirurgia é o método mais comum e geralmente curativo para a maioria dos cânceres de pele.
Em casos mais avançados de melanoma, podem ser necessárias terapias adicionais, como quimioterapia, radioterapia ou terapias-alvo. O plano de tratamento é sempre individualizado e definido por uma equipe multidisciplinar de especialistas.
A prevenção é a melhor estratégia contra o câncer de pele infantil. A maior parte dos danos solares ocorre na infância e adolescência. Assim, é fundamental adotar hábitos de proteção desde os primeiros anos de vida.
O objetivo é proteger a pele delicada das crianças da radiação ultravioleta (UV), que é a principal causa evitável de câncer de pele.
Reaplique a cada duas horas, ou mais frequentemente se a criança estiver nadando ou suando. Para bebês com menos de seis meses, o uso de protetor solar deve ser discutido com o pediatra; a prioridade é a proteção física.
O acompanhamento dermatológico regular é vital para a saúde da pele da criança. Consultas periódicas permitem que um especialista examine as pintas e lesões, identifique qualquer mudança suspeita e ofereça orientações personalizadas de prevenção.
Para crianças com fatores de risco elevados, a frequência das consultas pode ser maior. Lembre-se, a detecção precoce é um dos pilares para o sucesso do tratamento e a manutenção da qualidade de vida.
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Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista do Ministério da Saúde.
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