Revisado em: 03/12/2025
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O câncer de pele é o tumor mais comum no Brasil. A detecção precoce garante altas taxas de cura

A pele é o maior órgão do corpo humano e constitui-se de duas camadas: a epiderme, que é o que vemos, e a parte interna, a derme. Sua função é regular a temperatura do corpo e protegê-lo de substâncias químicas e cancerígenas, como a luz solar, por exemplo.
Os raios ultravioleta são os maiores agentes causadores do câncer de pele. Ele é o tipo de tumor mais comum no Brasil, diz o Ministério da Saúde. Está entre os 30% das neoplasias mais registradas no país.
A doença se manifesta pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Ela pode ser do tipo não melanoma ou melanoma. Sendo o primeiro o mais comum.
O segundo é considerado o mais agressivo e o seu tratamento envolve a remoção cirúrgica da lesão. O mês de dezembro é voltado para a conscientização e prevenção do tumor de pele, o chamado dezembro laranja.
Quando descoberto no início, a sua taxa de cura é bastante alta, chegando a mais de 90%. Identifique sinais suspeitos o quanto antes. Agende sua consulta hoje.
O câncer de pele é classificado em dois grupos principais: melanoma e não melanoma. A distinção é fundamental, pois o prognóstico e a agressividade da doença variam bastante entre eles.
O câncer de pele não melanoma é o tipo mais comum no Brasil. Em 2020, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicou que a estimativa de novos casos no Brasil seria de aproximadamente 177 mil casos.
Desse grupo, as mulheres seriam as mais atingidas, com quase 94 mil casos registrados, contra cerca de 84 mil casos entre os homens. De acordo com o Ministério da Saúde, mesmo esse tipo de câncer de pele sendo o mais comum, a sua taxa de mortalidade é a menor entre os tumores de pele.
Quando diagnosticado e tratado precocemente as suas chances de cura são altas. O tratamento inadequado pode resultar em mutilações consideráveis.
O câncer de pele não melanoma pode ser dividido em dois tipos, considerados os mais comuns: carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular.
É o representante da neoplasia mais frequentemente registrado, sendo o menos agressivo. Ele surge nas células basais, localizadas na camada mais profunda da epiderme. As chances de causar óbito são baixas e a sua cura é possível com a detecção precoce.
Regiões expostas ao sol como a face, as orelhas e o pescoço são os lugares mais atingidos pelo carcinoma basocelular.
O carcinoma espinocelular apresenta maior gravidade do que o basocelular, pois tem possibilidade de gerar metástase (se espalhar para outros órgãos).
Ele é o segundo tipo mais frequente, e manifesta-se nas células escamosas, nas camadas superiores da pele. Assim como o basocelular, este carcinoma também afeta mais as áreas expostas aos raios solares.
O câncer de pele melanoma é o menos registrado no Brasil, representando apenas cerca de 3% das neoplasias malignas de pele, segundo o Ministério da Saúde. Ele é o mais agressivo, com o mais alto índice de mortalidade, devido à sua alta capacidade de provocar metástase.
O melanoma tem origem nos melanócitos, as células que produzem melanina (o pigmento que dá cor à pele). Ele pode surgir em qualquer parte do corpo, inclusive em áreas sem exposição ao sol, como palmas das mãos e plantas dos pés.
Os adultos brancos são os mais acometidos pela doença. Apesar da gravidade, o diagnóstico precoce aumenta consideravelmente as chances de cura. A estimativa de novos casos no Brasil feita pelo INCA em 2020 foi de 8.450 casos, 4200 entre os homens e 4250 entre as mulheres.
Em geral, o câncer de pele melanoma se assemelha a uma pinta ou sinal que muda de cor, formato ou tamanho. Ele pode também apresentar sangramento.
A principal causa do câncer de pele é a exposição excessiva e desprotegida à radiação ultravioleta (UV) do sol. A radiação atinge as camadas mais profundas da pele, podendo alterar as células e provocar o desenvolvimentos de tumores malignos.
Além da radiação, pessoas com pele, olhos e cabelos claros são mais suscetíveis. Elas produzem menos melanina, responsável também por proteger a pele. Indivíduos com sardas e cabelos ruivos também têm uma maior probabilidade.
Ter um histórico pessoal ou familiar de câncer de pele aumenta o risco. Assim como o uso de câmaras de bronzeamento artificial. Elas foram classificadas como agentes cancerígenos pela Organização Mundial da Saúde, em 2009, afirma a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
A SBD ainda diz que a prática de se bronzear artificialmente aumenta o risco de ter a doença em 75% antes dos 35 anos. Além de acelerar o envelhecimento precoce e provocar outras doenças de pele.
A idade também é considerada um fator de risco. O tumor de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos. A exposição a substâncias cancerígenas ou radioterapia prévia também.
A observação regular da pele é a ferramenta mais eficaz para o diagnóstico prévio do câncer de pele.
Para auxiliar no autoexame, tanto a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), quanto a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) recomendam a regra mnemônica ABCDE. A regra ajuda a identificar características suspeitas em pintas ou manchas. Veja a seguir:
Ao identificar algumas dessas características, o indivíduo deve procurar o dermatologista, somente ele pode fazer o diagnóstico. Geralmente ele é feito por exame clínico.
O profissional pode fazer ainda a dermatoscopia, quando usa um aparelho para visualizar as camadas da pele não vistas a olho nu. Em algumas situações uma biópsia pode ser realizada.
Ela é indicada para realizar a confirmação diagnóstica do câncer de pele. É possível que outros exames também sejam indicados para determinar em que estágio a doença está e para decidir o tratamento mais adequado.
Os sintomas de câncer de pele podem variar de acordo com o tipo e o estágio. Em estágios iniciais pode ser assintomático. Quando apresenta sintomas, eles podem ser manchas que coçam, descamam ou que sangram.
Sinais e pintas que mudam de tamanho, forma ou cor também podem fazer parte das manifestações clínicas.
Feridas que não cicatrizam em até quatro semanas também são um sinal de alerta. Principalmente se continuam a crescer e gerar coceira, crostas, erosões ou sangramento. Além desses sintomas, em casos de melanomas metastáticos outros podem surgir.
Eles variam de acordo com a área para onde o tumor se espalhou. Então, outras manifestações podem ser: nódulos na pele, inchaço nos gânglios linfáticos, falta de ar, tosse, dores abdominais e de cabeça.
“Vale ressaltar que o melanoma pode surgir em pintas antigas e, por esse motivo, devemos suspeitar quando um ‘sinal’ que vinha estável há muito tempo começa a crescer e a mudar de comportamento. Se você tiver alguma lesão de pele com as características citadas, procure um especialista”, explica o Dr. Bruno.
Em caso de dúvida em relação ao câncer de pele, é necessário procurar um dermatologista ou o próprio oncologista.
Casos de câncer de pele geralmente precisam do acompanhamento multidisciplinar de um time especializado. Pode envolver dermatologistas, cirurgiões plásticos, oncologistas e patologistas, entre outros.
Assim como os sintomas, qual o tratamento para câncer de pele depende se ele é melanoma ou não melanoma, e da sua extensão.
Para a maioria dos casos, o tratamento mais indicado é a cirurgia oncológica para fazer a remoção completa da lesão. Essa é a terapêutica mais adotada em indivíduos acometidos pelo tumor do tipo melanoma. Ela pode inclusive ser realizada a nível ambulatorial, fora do centro cirúrgico.
Pode incluir também o uso de radiação para matar as células cancerígenas (radioterapia) ou o uso de medicamentos (quimioterapia). A imunoterapia também pode ser uma opção. Ela utiliza medicações que estimulam o sistema imunológico do paciente a combater a doença.
A terapia fotodinâmica, a criocirurgia (congelamento da lesão) e imunoterapia tópica podem ser utilizadas para tratar o câncer de pele não melanoma. Também podem ser aplicadas em lesões iniciais.
Para este tipo de tumor a remoção cirúrgica do tumor pode ser indicada, às vezes associada à radioterapia.
Quanto à prevenção do câncer de pele, o Dr. Bruno Wance, oncologista clínico, explica: “Como o principal fator de risco para a maioria dos cânceres de pele são os raios UV, evite a exposição solar entre 10h e 16h. Mesmo fora desse horário, use protetor solar com fator maior ou igual a 15, chapéus de abas largas e prefira se proteger na sombra de árvores ou barracas.”
O filtro solar deve ser reaplicado a cada duas horas ou após entrar em contato com a água ou quando o indivíduo transpirar. Além dos chapéus de abas largas, é recomendado usar óculos escuros com proteção UV e roupas que cubram a maior parte do corpo.
Observar a própria pele em busca de pintas ou manchas suspeitas também é importante. Bem como a consulta regular ao dermatologista é recomendada. Ela deve ser feita no mínimo uma vez ao ano.
Uma outra forma que diz como prevenir o câncer de pele é evitar o bronzeamento artificial, já que ele aumenta a predisposição a esse tipo de neoplasia.
O câncer de pele é uma doença séria, mas com altas chances de cura quando identificado precocemente. A observação da pele e a prevenção com a proteção solar, por exemplo, são os maiores aliados no combate da condição.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
BRASIL. Ministério da Saúde. Câncer de pele. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/cancer-de-pele/ . Acesso em: 02 dez. 2025.
BRASIL. Ministério da Saúde. Câncer de pele representa 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-com-ciencia/noticias/2025/fevereiro/cancer-de-pele-representa-30-de-todos-os-tumores-malignos-registrados-no-pais . Acesso em: 02 dez. 2025.
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Câncer da pele. Disponível em: https://www.sbd.org.br/doencas/cancer-da-pele/ . Acesso em: 02 dez. 2025.
BRASIL. Ministério da Saúde. Câncer de pele. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/cancer-de-pele . Acesso em: 02 dez. 2025.
Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Como é feito o diagnóstico do câncer de pele. Disponível em: https://sbco.org.br/como-e-feito-o-diagnostico-do-cancer-de-pele/ . Acesso em: 02 dez. 2025.
MSD Manuals. Cânceres de pele. Considerações gerais sobre câncer de pele. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-da-pele/c%C3%A2nceres-de-pele/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-c%C3%A2ncer-de-pele . Acesso em: 02 dez. 2025.
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