03/04/2025
Revisado em: 24/04/2025
Consumo excessivo de alimentos processados e infecção pela bactéria Helicobacter pylori estão entre os fatores de risco
O câncer de estômago, também conhecido como câncer gástrico, é uma das formas mais comuns da doença no Brasil, sendo o quarto tipo mais frequente entre os homens e o sexto entre as mulheres, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer). O adenocarcinoma, responsável por cerca de 95% dos casos, se desenvolve a partir das células que revestem o interior do estômago e, muitas vezes, apresenta sintomas silenciosos nos estágios iniciais, dificultando o diagnóstico.
O câncer de estômago ocorre quando células anormais se multiplicam descontroladamente no revestimento interno do estômago. Esse crescimento desordenado pode formar tumores e, em estágios mais avançados, se espalhar para outras partes do corpo.
Entre os fatores de risco, o principal seria o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados. Ricos em gorduras saturadas e conservantes, podem favorecer o desenvolvimento do câncer gástrico. Além disso, a infecção pela bactéria Helicobacter pylori, conhecida por causar úlceras, também está diretamente associada ao aumento do risco.
O tabagismo e o consumo excessivo de álcool também são fatores agravantes, assim como o histórico familiar da doença, aumentando a predisposição genética ao câncer de estômago.
A exposição contínua a produtos químicos, como pesticidas e solventes, além da contaminação ambiental por substâncias como nitratos em fertilizantes e a radiação, são outros elementos que podem favorecer o surgimento da doença.
Inicialmente, a doença não apresenta sintomas, mas à medida que o tumor cresce, podem surgir alguns incômodos, como dor ou queimação na região superior do abdômen, sensação de estômago sempre cheio, perda de apetite e emagrecimento sem explicação.
Além disso, náuseas, vômitos, anemia sem causa aparente e fezes escurecidas podem estar presentes. Como esses sintomas podem ser confundidos com problemas digestivos comuns, é fundamental buscar avaliação médica, especialmente no caso de pessoas com mais de 50 anos, embora o câncer de estômago também possa afetar indivíduos mais jovens.
O diagnóstico do câncer de estômago é feito principalmente por meio da endoscopia digestiva alta, um exame que permite visualizar o interior do estômago e, se necessário, coletar amostras para biópsia, confirmando a presença de células cancerígenas.
Se houver suspeita durante a consulta, com base nos sintomas e no histórico do paciente, são solicitados exames complementares, como hemograma para verificar anemia e exame de sangue oculto nas fezes. Para avaliar a extensão da doença, exames de imagem, como tomografia computadorizada, podem ser necessários.
Em alguns casos, se a biópsia tradicional não for viável, um ultrassom endoscópico pode ser realizado para guiar a coleta de tecido. Já a laparoscopia pode ser indicada antes da cirurgia para determinar se o tumor está restrito ao estômago e se pode ser removido completamente.
Os tratamentos para o câncer de estômago variam conforme o estágio da doença e as condições do paciente. As principais opções de tratamento são:
Prognóstico e expectativa de vida após o diagnóstico de câncer de estômago
A chance de sobreviver ao câncer de estômago varia conforme o estágio da doença no diagnóstico. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer Americano (SEER), a taxa de sobrevida em 5 anos é de 75% para casos localizados, 35% quando há disseminação para estruturas próximas e 7% em estágios avançados. A média geral entre todos os estágios é de 36%.
Essas estatísticas são baseadas na população dos Estados Unidos e podem variar conforme o sistema de saúde e a resposta ao tratamento. Além disso, avanços médicos recentes podem melhorar o prognóstico de pacientes diagnosticados atualmente. Para um entendimento mais preciso do caso individual, é essencial consultar um médico.
Manter uma alimentação rica em frutas, legumes e grãos integrais, e pobre em alimentos ultraprocessados, com excesso de gordura e/ou sódio é fundamental. É importante limitar o consumo de carnes processadas, alimentos defumados e conservas, optando sempre por opções frescas e naturais.
O tabagismo também está associado a um maior risco da doença, por isso, parar de fumar é uma medida essencial. Da mesma forma, o consumo excessivo de álcool deve ser evitado, pois pode contribuir para o desenvolvimento do câncer de estômago.
Manter um peso saudável por meio de uma alimentação balanceada e da prática regular de exercícios físicos também é recomendado. Outro fator relevante é o tratamento da infecção pela bactéria Helicobacter pylori, que está ligada ao aumento do risco da doença. Caso a infecção seja diagnosticada, seguir as orientações médicas para erradicá-la pode ajudar a prevenir complicações futuras.
Alimentação e câncer de estômago: o que evitar e o que consumir
Para evitar o câncer de estômago, é fundamental apostar em uma dieta que priorize alimentos frescos e integrais, com muita fruta, legume, verdura e grãos. Além disso, é importante dar preferência a alimentos cozidos (ao invés de fritos), carnes brancas/magras, queijos com baixo teor de gordura e temperos naturais.
Deve-se evitar os produtos ultraprocessados e aqueles ricos em sódio (como conservas, defumados e carnes processadas) e/ou condimentos artificiais e picantes, bem como o consumo excessivo de açúcar, cafeína e bebidas alcoólicas.
O consumo elevado de açúcares em uma alimentação pouco saudável pode aumentar o risco da doença em até 21%. Já em dietas consideradas saudáveis, o fator mais determinante foi o nível de sódio: quanto maior o consumo de sal, maior a probabilidade de surgimento de tumores no estômago.
Essa foi a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores brasileiros e publicado na revista BMC Medicine em novembro de 2024. Pesquisadores analisaram a alimentação de 1.751 pessoas em São Paulo, Goiânia, Fortaleza e Belém, destacando o impacto da dieta na incidência de câncer gástrico.
Outro ponto de atenção é a infecção pela bactéria Helicobacter pylori, frequentemente encontrada em hortaliças, frutas e verduras mal higienizadas, o que reforça a necessidade de cuidados na limpeza dos alimentos.
Nos estágios iniciais, o câncer de estômago pode ser assintomático. No entanto, conforme o tumor cresce, podem surgir sintomas como dor ou queimação na região superior do abdômen, sensação constante de estômago cheio, perda de apetite, emagrecimento sem explicação, náuseas, vômitos, anemia sem causa aparente e fezes escurecidas. Esses sinais podem ser confundidos com problemas digestivos comuns, tornando essencial a busca por avaliação médica.
A chance de recuperação do câncer de estômago depende do estágio em que a doença é diagnosticada e do tratamento disponível. Quando identificado precocemente, as chances de sucesso no tratamento são altas, com uma taxa de sobrevida de 75% para casos localizados, ou seja, quando o tumor continua restrito ao estômago e não se espalhou para outras regiões. Mesmo em estágios mais avançados, os avanços na medicina têm proporcionado melhores resultados e novas opções terapêuticas. O acompanhamento médico adequado e hábitos saudáveis podem contribuir para um prognóstico mais positivo.
O câncer de estômago começa com o crescimento descontrolado de células anormais no revestimento interno do órgão. Em sua fase inicial, ele pode ser silencioso, sem apresentar sintomas claros. Com o tempo, pode evoluir para a formação de tumores que se espalham para outras regiões do corpo. Fatores como alimentação inadequada, infecção pela bactéria Helicobacter pylori, tabagismo e histórico familiar podem contribuir para seu desenvolvimento.
O câncer de pâncreas é um dos mais difíceis de curar porque cresce rapidamente e, na maioria das vezes, é detectado em estágios avançados. Como seus sintomas são discretos e podem ser confundidos com outros problemas digestivos, o diagnóstico costuma ser tardio, reduzindo as chances de remoção cirúrgica e dificultando o tratamento. Além disso, sem intervenção, a doença tende a se espalhar para outras partes do corpo, tornando a cura mais desafiadora.
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