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Uma forma de radioterapia interna de alta precisão, indicada para tumores como câncer de colo do útero, endométrio e vagina.

Receber o diagnóstico de um câncer ginecológico traz consigo um turbilhão de emoções e muitas dúvidas. Em meio a exames e conversas com a equipe médica, um termo pode surgir no seu plano de tratamento: braquiterapia.
Entender o que essa palavra significa é o primeiro passo para se sentir mais segura e participativa na sua jornada de recuperação. Conte com o time da Rede Américas para isso. Aqui você terá o acolhimento e acompanhamento necessários.
A braquiterapia é uma modalidade avançada de radioterapia. A principal característica que a define é a forma como a radiação é administrada: de dentro para fora. Pequenas fontes radioativas são posicionadas diretamente no local do tumor ou na área onde ele foi removido.
A braquiterapia ginecológica moderna se destaca pela sua alta precisão, utilizando imagens tridimensionais, como ressonância magnética e tomografia, e um planejamento sofisticado. Esse método garante que a radiação atinja o tumor com máxima eficácia, sendo o padrão atual de tratamento. O uso dessas imagens, incluindo ultrassom, ajuda a guiar a aplicação, minimizando o risco para os órgãos saudáveis próximos.
Esse método permite que os médicos utilizem doses concentradas de radiação para destruir as células cancerígenas, com impacto mínimo nos tecidos e órgãos sadios ao redor, como a bexiga e o intestino. Por essa razão, também é conhecida como "radioterapia interna".
A principal diferença está na origem da radiação. Na radioterapia externa, a mais comum, a radiação é gerada por uma máquina (acelerador linear) que fica distante do corpo e direciona os feixes para a região do tumor. É um tratamento que atravessa a pele para chegar ao alvo.
Já na braquiterapia, a fonte de radiação é colocada em contato direto com a área a ser tratada. Pense nela como um tratamento localizado e de altíssima precisão, focado exclusivamente no alvo.
A braquiterapia é uma ferramenta fundamental no tratamento de diversos tumores ginecológicos. Ela é frequentemente aplicada diretamente na cavidade uterina ou na cúpula vaginal, sendo um pilar no tratamento de cânceres como os de colo do útero e endométrio. A indicação depende do tipo de câncer, do estágio da doença e do plano terapêutico geral. Geralmente, ela é utilizada para:
O processo da braquiterapia é cuidadosamente planejado e executado por uma equipe multidisciplinar, que inclui o médico radio-oncologista, um físico médico e a equipe de enfermagem especializada. O tratamento é dividido em etapas claras.
Antes de tudo, é essencial realizar uma biópsia guiada por ultrassom. Esse procedimento coleta amostras de tecido para análise, o que é fundamental para planejar um tratamento personalizado e altamente direcionado.
Em seguida, antes da primeira sessão de braquiterapia, a paciente passa por exames de imagem detalhados, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Esses exames permitem que a equipe médica mapeie com precisão a anatomia da região pélvica e a localização exata do tumor. Com base nessas informações, o físico médico calcula a dose precisa de radiação e o tempo necessário para o tratamento, assegurando a máxima eficácia e segurança.
A sessão ocorre em uma sala preparada no hospital. A paciente é posicionada de forma confortável, geralmente em posição ginecológica. Dependendo do caso, pode ser administrada uma sedação leve ou anestesia para garantir o conforto.
O médico insere um dispositivo chamado aplicador no útero ou na vagina. Este aplicador servirá como um caminho para que as fontes radioativas cheguem até o local exato. Uma vez que o aplicador está posicionado corretamente, ele é conectado por tubos a uma máquina que armazena as fontes radioativas.
A fonte se desloca pelo tubo até a ponta do aplicador, onde permanece pelo tempo calculado no planejamento. Esse tempo pode variar de poucos minutos a cerca de 15 minutos, no caso da Braquiterapia de Alta Taxa de Dose (HDR), a modalidade mais utilizada atualmente. Após o tempo determinado, a fonte retorna para a máquina e o aplicador é removido. A paciente não fica com nenhum material radioativo no corpo.
Entender os possíveis efeitos colaterais e os cuidados necessários ajuda a passar pelo tratamento com mais tranquilidade. É fundamental manter uma comunicação aberta com sua equipe de saúde sobre qualquer sintoma.
Logo após as sessões, é comum sentir um leve desconforto na região pélvica, cólicas ou um pequeno sangramento vaginal. Algumas mulheres também relatam cansaço, irritação na bexiga (vontade de urinar com mais frequência) ou no intestino (diarreia). Esses sintomas costumam ser temporários e bem controlados com medicação e orientação médica.
É importante ressaltar que mulheres submetidas à braquiterapia ginecológica, especialmente aquelas que necessitam de internação hospitalar, podem ter um risco aumentado de desenvolver coágulos sanguíneos, conhecidos como trombose venosa. Esta é uma complicação que requer atenção médica e, em alguns casos, medidas preventivas.
Com o tempo, a radiação pode causar alterações nos tecidos da vagina, como ressecamento e perda de elasticidade, o que pode levar a um estreitamento conhecido como estenose vaginal. Para prevenir essa condição, a equipe médica pode recomendar o uso de dilatadores vaginais e hidratantes específicos. Mudanças na função sexual também podem ocorrer, e é importante conversar sobre o assunto para receber o suporte adequado.
Muitas perguntas surgem durante o tratamento. Abaixo, respondemos algumas das mais frequentes para ajudar a esclarecer o processo.
A inserção do aplicador pode causar desconforto, mas o procedimento é geralmente realizado com sedação ou anestesia para minimizar qualquer dor. A emissão da radiação em si é indolor. Após a sessão, cólicas leves podem ocorrer, mas são controláveis.
Não. Na braquiterapia de alta taxa de dose (HDR), a fonte radioativa é removida completamente do corpo ao final de cada sessão. Não há risco de expor outras pessoas à radiação. Você pode conviver normalmente com familiares e amigos, incluindo crianças e gestantes.
Não. A queda de cabelo (alopecia) é um efeito colateral comum da quimioterapia sistêmica, que age no corpo todo. Como a braquiterapia é um tratamento local, seus efeitos se restringem à área tratada. Portanto, ela não causa queda de cabelo.
É recomendado aguardar algumas semanas após o término do tratamento para retomar a atividade sexual. Alterações como ressecamento vaginal e estenose podem impactar o conforto. Converse abertamente com seu médico, que poderá indicar o uso de lubrificantes, hidratantes vaginais e dilatadores para preservar a saúde vaginal e a qualidade da vida sexual.
Sim. Em casos de câncer de endométrio ou mesmo de colo do útero, a braquiterapia pode ser indicada após a cirurgia para tratar a região superior da vagina (cúpula vaginal) e reduzir as chances de o câncer retornar nesse local.
O sucesso da braquiterapia depende da colaboração de uma equipe de especialistas. O médico radio-oncologista coordena o tratamento, o físico médico garante a precisão dos cálculos de radiação e a equipe de enfermagem oferece todo o suporte e cuidado durante e após as sessões. Fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos também são fundamentais para ajudar a manejar os efeitos colaterais e garantir o bem-estar geral da paciente.
A braquiterapia ginecológica é uma terapia segura e eficaz, que representa um pilar no tratamento de diversos tipos de câncer. Entender seu funcionamento e confiar na equipe que a acompanha são passos essenciais para uma jornada de tratamento mais serena e com melhores resultados.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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