Sinais de trabalho de parto: saiba identificar e o que fazer quando chegar

Não confunda alarme falso com o momento real de dar a luz: entenda melhor as fases e prepare-se para o parto.

O Brasil registra anualmente cerca de 3 milhões de nascimentos, mas possui uma das taxas de cesárea mais altas do mundo, superando 57% dos partos. Os dados são do Ministério da Saúde e da Febrasgo.

Reconhecer os sinais do seu corpo, e saber o que esperar do momento do parto normal, é fundamental para garantir que você chegue ao hospital no momento ideal e tenha mais chances de um parto normal e seguro.

A ansiedade é natural, mas saber a diferença entre os "avisos" e o trabalho de parto real faz toda a diferença. O corpo sempre dá sinais.

O alarme falso: a fase de preparação do corpo para o parto

Antes do trabalho de parto de verdade, seu corpo passa por uma fase de preparação chamada pródromos ou, mais simplesmente, alarme falso. É comum que a gestante sinta que o parto começou, mas é apenas o útero se ajustando.

O principal sinal é a presença de contrações de treinamento (ou contrações irregulares). Elas são leves, parecidas com cólicas menstruais ou dor nas costas, e não têm um ritmo constante (vêm a cada 20, depois 10, depois 30 minutos).

O mais importante é que elas somem se você descansar, tomar um banho quente ou mudar de posição. Se as contrações desaparecerem, relaxe, pois ainda é só preparação.

Outro sinal comum é a Perda do Tampão Mucoso. Pense nele como uma "rolha" de gelatina que protege a porta do útero (o colo). Ele é uma secreção mais grossa, que pode ser rosada ou ter um pouco de sangue marrom.

Ver isso significa que a porta está amolecendo, mas não é um sinal de urgência. O parto pode demorar dias para começar. Avise sua equipe e siga sua rotina.

Você também pode sentir o bebê "encaixando". É aquela sensação de barriga mais baixa e pressão na parte de baixo da pelve. O bebê está se ajeitando para a saída. Aproveite a fase para descansar, pois o encaixe é um bom sinal.

O erro mais comum é ir para a maternidade no alarme falso, o que pode levar à internação precoce e, às vezes, a intervenções desnecessárias.

Sinais de trabalho de parto de verdade: o momento de agir

O trabalho de parto de fato só começa quando as contrações pegam um ritmo forte e constante. Esse momento é chamado de fase ativa e é a hora certa de ir para o hospital:

A Regra 5-1-1 é o principal sinal de trabalho de parto

O que chamamos de Regra 5-1-1 (ou 6-1-1) é o jeito mais seguro de saber que o parto ativo começou. As contrações do parto real são uterinas e se caracterizam por serem rítmicas, intensas e não pararem, mesmo com descanso.

Você deve ir para o hospital se as contrações durarem 1 minuto e vierem a cada 5 ou 6 minutos. Tudo isso por pelo menos 1 hora seguida.

Se você sentir esse ritmo, e as contrações estiverem fortes o suficiente para você não conseguir conversar, é hora de entrar em contato com sua equipe e ir para a maternidade.

O sinal do rompimento da bolsa d’água

A bolsa é a membrana que contém o líquido amniótico (o líquido onde o bebê "nada"). Apenas uma pequena parte das gestantes rompe a bolsa antes de o trabalho de parto começar.

O rompimento pode ser uma enxurrada ou um gotejamento contínuo. O líquido amniótico ideal é transparente (como água de coco) e pode ter um cheiro levemente adocicado (diferente de urina).

Se o líquido for esverdeado, amarelado ou tiver cheiro forte, corra para o hospital imediatamente. Essa cor pode indicar que o bebê eliminou as primeiras fezes (mecônio) antes da hora, e ele precisa ser avaliado rapidamente.

Quando a bolsa rompe, o risco de infecção aumenta, por isso a gestante deve ser acompanhada na maternidade, mesmo que as contrações ainda não tenham começado.

Sangramento vaginal intenso

Um leve sangramento (a perda do tampão) é normal. No entanto, se você notar um sangramento vaginal volumoso e vermelho vivo (semelhante ao fluxo menstrual), procure o hospital imediatamente. Esse é um sinal de alerta que não deve ser ignorado.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Referências

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