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A dor do parto é natural e tem um propósito fisiológico essencial
O medo da dor do parto é um dos sentimentos mais universais entre as gestantes. No entanto, compreender como é a dor do parto em sua essência, como um processo fisiológico complexo, subjetivo e com um propósito, é a ferramenta valiosa para transformar o medo em confiança
De acordo com informações do Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, a dor do trabalho de parto é definida como aguda, transitória, complexa, subjetiva e multidimensional.
Ela faz parte do processo fisiológico do momento e dos estímulos sensoriais gerados, principalmente por causa da contração uterina. Além disso, desencadeia uma série de hormônios que fazem parte do momento de nascimento do bebê.
A dor do parto é um evento fisiológico com múltiplas causas que atuam em conjunto. Ela não é um tipo único de dor, mas uma combinação de sensações que evoluem à medida que o trabalho de parto progride.
O útero é um músculo potente que se contrai ritmicamente para abrir o colo do útero e, posteriormente, empurrar o bebê pelo canal de parto.
As contrações comprimem os vasos sanguíneos do músculo uterino, causando uma isquemia uterina, quando o aporte sanguíneo e de oxigênio para o útero se torna menor. O que gera uma dor semelhante a uma cãibra intensa.
A dilatação do colo do útero também é um fator causador da dor no parto, sobretudo na primeira fase. A pressão exercida pela cabeça do bebê e a força das contrações faz com que ele se afine e se abra.
Já mais para o final do parto a dor é causada pela distensão dos tecidos do períneo (região onde ficam os órgãos genitais e ânus), permitindo a passagem do bebê. Ela se explica porque a medida em que o bebê desce pelo canal, pressiona estruturas pélvicas como a bexiga e o reto.
Como a dor do parto normal vai parecer varia de mulher para mulher, é uma percepção individual. De maneira geral, ela pode parecer com uma cólica menstrual intensa, mas não é constante, se comportando como uma onda, tendo começo, meio e fim.
Já mais para o final do trabalho de parto é semelhante a “vontade de fazer cocô”, por causa da pressão que o bebê faz passando pelo canal vaginal.
A dor do parto é multifatorial. Diante disso vem o questionamento: “como é a dor do perto?” A resposta mais direta é progressiva e intercalada.
É mais parecida com ondas no mar: ela vem, atinge um pico de intensidade e depois se retrai, proporcionando um período de descanso e recuperação. A percepção da dor muda conforme as fases do parto.
O parto é dividido em duas fases. Na primeira fase, geralmente a mais longa, a dor inicial é visceral, ficando localizada na parte inferior do abdômen. Ela irradia para a região lombar das costas e para as coxas.
Nesse momento, é de costume que o desconforto só seja sentido apenas quando as contrações ocorrem e desaparecem no intervalo entre elas, permitindo que a mulher descanse, se hidrate e se prepare para a próxima onda. A dor visceral é causada também pela dilatação do colo do útero.
Na segunda fase do parto a dor é perineal, sendo originada pelo distensão dos tecidos do períneo de modo a permitir a passagem do bebê. Além de surgir também pela tração sobre o peritônio (membrana que recobre as paredes do abdômen e as superfícies dos órgãos que fazem parte da digestão) e sobre os ligamentos uterocervicais durante a contração.
É neste momento que surge uma sensação incontrolável de pressão na pelve e a vontade de empurrar, muitas vezes descrita como "vontade de evacuar". Esta fase é bem intensa, mas costuma ser mais curta que a primeira.
A percepção da dor é uma experiência extremamente individual e subjetiva, influenciada por uma complexa interação de fatores físicos, emocionais e culturais.
A posição e o tamanho do bebê, a anatomia da pelve da mãe e a força das contrações podem tornar o processo mais ou menos doloroso.
Além disso, o primeiro parto tende a ser mais longo e percebido como mais doloroso em comparação com os subsequentes.
O medo, a ansiedade e a tensão são os maiores inimigos do trabalho de parto. Eles liberam adrenalina, um hormônio que pode inibir a ação da ocitocina (o hormônio das contrações), tornando o parto mais lento e a dor mais intensa.
Já um ambiente seguro, o apoio contínuo e uma mentalidade positiva podem aumentar a liberação de endorfinas, os analgésicos naturais do corpo.
A forma como a mulher foi ensinada a ver o parto, suas experiências prévias com a dor e o nível de informação que ela possui influenciam diretamente suas expectativas e sua capacidade de lidar com o processo. A preparação durante o pré-natal é fundamental.
Segundo informações do Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, a dor no parto pode ser aliviada com a aplicação de analgésicos.
Seja por meio da analgesia peridural (epidural): administração da medicação nas costas, ou por meio da anestesia raquidiana: semelhante a anterior, mas a medicação é injetada em dose única diretamente no líquido espinal, que fica dentro da coluna.
É necessário dizer que devem ser aplicados numa quantidade moderada, pois em grandes aportes podem aumentar a duração do trabalho de parto, gerar hipotensão, náuseas e vômito e reações tóxicas às drogas injetadas.
Existem alguns outros métodos de alívio da dor no parto que não são farmacológicos e alguns deles são mais subjetivos, como a postura acolhedora da equipe de saúde, o ambiente do parto e a garantia do acompanhante de escolha da mulher antes e após o parto.
Outros métodos não farmacológicos mais concretos estão em detalhes a seguir:
Evidências apontam que a imersão na água durante o primeiro estágio do trabalho de parto reduz o uso de analgesia peridural, espinal e paracervical.
A mulher pode ficar na banheira ou no chuveiro. Sendo no chuveiro, ela pode ficar em pé ou sentada na bola suíça (bola de parto), fazendo movimentos circulares.
Não existe um tempo específico para isso, a gestante deve fazer na medida em que achar necessário. O feto deve sempre está sendo avaliado, dentro e fora da imersão.
As técnicas respiratórias no primeiro estágio do parto ajudam a relaxar os músculos abdominais, promovendo o aumento da cavidade abdominal e diminuindo o desconforto durante as contrações. Elas auxiliam a mulher a manter o controle enquanto ocorrem as contrações.
Técnicas de massagem como deslizar as mãos, pressionar ou fazer movimentos circulares nos locais indicados pela mulher de maior desconforto podem ser utilizadas.
A massagem pode ser feita pelo profissional de saúde ou pelo acompanhante da mulher, conforme ela desejar.
Caminhar, agachar, ficar de quatro apoios e usar a bola de parto ajudam a aliviar a pressão, facilitam a descida do bebê e dão à mulher uma sensação de controle.
A dor do parto, embora muitas vezes temida, é uma resposta natural do corpo, cuidadosamente realizada pela fisiologia feminina para permitir a chegada do bebê.
Mais do que um simples sintoma físico, ela envolve aspectos hormonais, emocionais e culturais que resultam em um processo único para cada mulher. Saber que essa dor tem um propósito: dilatar, conduzir e dar passagem à uma nova vida, ajuda a ressignificá-la, substituindo o medo por confiança e presença.
Há inúmeras formas de compreender, acolher e aliviar essa dor, desde o preparo emocional e o apoio contínuo até métodos naturais e intervenções médicas seguras. Quanto mais a gestante entende como é a dor do parto, mais preparada ela está para vivê-la de modo mais tranquilo.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
A DOR no Parto: significados e manejo. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, 7 ago. 2018. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/a-dor-no-parto-significados-e-manejo/. Acesso em: 7 out. 2025.
DELMONDES, Camila. Tudo o que as grávidas precisam saber sobre a dor do parto normal. FCM Unicamp, 10 mar. 2020. Disponível em: https://www.fcm.unicamp.br/imprensa/publicacoes/view/tudo-o-que-as-gravidas-precisam-saber-sobre-a-dor-do-parto-normal/14574. Acesso em: 7 out. 2025.
DOR do parto é a pior que existe? Outras podem ser mais torturantes. VivaBem, 5 mar. 2024. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2024/03/05/dor-do-parto-e-a-pior-que-existe-colica-renal-e-glaucoma-podem-ser-piores.htm. Acesso em: 7 out. 2025.
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PRINCIPAIS QUESTÕES sobre Dor no Trabalho de Parto e Parto: métodos de alívio não farmacológico. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, 16 jan. 2019. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/principais-questoes-sobre-dor-no-trabalho-de-parto-e-parto-metodos-de-alivio-nao-farmacologico/. Acesso em: 7 out. 2025.
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